A implementação de serviços substitutivos dos hospitais psiquiátricos baseia-se em leis vigentes de meados da década de 1990 e anos 2000, estimulando a criação de uma rede de atenção nos estados e municípios. Os problemas familiares relacionados ao retorno do paciente ao convívio familiar envolvem a dificuldade de adesão à terapêutica medicamentosa, crises sucessivas acompanhadas de internações e dificuldade financeira. Objetivo de compreender as ações de saúde mental desenvolvidas na visita domiciliar, voltadas para o cuidador. Estudo de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa, realizado no mês de Abril de 2014, por meio de consultas de artigos indexados na base de dado SCIELO e LILACS. Utilizou-se os descritores: Visita Domiciliar, Saúde da Família e Saúde Mental. Como critérios de inclusão: trabalhos que abordassem visita domiciliar em saúde mental, disponíveis na íntegra e com idioma de publicação em português. Foram avaliados todos os artigos, sem limite de tempo, devido poucas publicações. Encontrou-se 22 publicações, das quais se avaliaram seletivamente seus propósitos, onde se identificaram 7 artigos que obedeciam aos critérios de inclusão para esta pesquisa. Observou-se constantes relatos de sobrecarga familiar, conflitos na família e desgaste devido ao adoecimento psíquico de longa duração, agravados por encargos econômicos, físicos e emocionais. A visita domiciliar favorece a escuta, confiança e aliança terapêutica, assim como o auxilio na resolução de problemas e ao acolhimento do sofrimento do familiar, minimizando sua sobrecarga emocional e seu desgaste na procura por atendimento, principalmente devido crises, o que pode ocasionar quebra de vínculo e descontinuidade do tratamento. O vínculo e o acolhimento são relatados como elementos essenciais para o manejo adequado das crenças e das atitudes dos familiares, bem como planejar as estratégias terapêuticas. O esclarecimento de dúvidas dos familiares sobre a doença mental, orientação para o manejo de comportamento do familiar com sofrimento mental e adequado uso de medicação são as principais atividades realizadas pela equipe na visita domiciliar. Conclui-se que a visita domiciliar é uma importante ferramenta de cuidado em saúde mental, pois permite uma maior aproximação e diálogo entre os profissionais de saúde, usuários e familiares, bem como, proporciona um olhar ampliado sobre o sofrimento psíquico existente num ambiente familiar quando este tem uma pessoa com transtorno mental.