Introdução: A violência na infância é um grave fenômeno, responsável por crescente demanda de atendimento nos serviços públicos de saúde nessa faixa etária. Nesse contexto a relevância do enfermeiro é ressaltada, visto que é o profissional mais próximo do cliente capaz de identificar suas manifestações. Objetivo: Identificar as concepções maternas acerca da violência doméstica contra crianças. Metodologia: Estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa, realizado em uma entidade não governamental situada na cidade de Fortaleza, Ceará. Participaram do estudo 23 mães de crianças apadrinhadas e atendidas pela instituição, que atenderam aos critérios de inclusão: mães maiores de 18 anos, responsáveis por seus filhos e que estes sejam assistidos pela organização. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a outubro de 2013, por meio da aplicação de entrevistas semiestruturadas, com a seguinte questão norteadora: O que significa violência contra a criança no domicílio? Para processamento dos dados, foi utilizada a análise temática de Bardin. A pesquisa respeitou os aspectos éticos preconizados pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde e foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Fortaleza sob Parecer Nº 434.754. Resultados: Foram identificados núcleos temáticos a partir da análise do corpus da pesquisa, emergindo as seguintes categorias: A violência infantil e suas manifestações sob a ótica materna; e A perpetração da violência domiciliar como forma educativa. Diante dos relatos, algumas mães demonstraram aversão à violência infantil e caracterizaram-na como algo que pode causar danos expressivos à vida da criança. A violência como alternativa frente ao erro, com fins educativos, foi evidenciada em parte dos depoimentos, o que evidencia a perpetuação do ciclo da mesma no domicilio, com destaque para o uso da violência física e psicológica. Conclusão: O estudo possibilitou identificar as concepções maternas acerca da violência contra crianças, assim como suas manifestações no ambiente domiciliar. Devem ser (re)pensadas pela equipe de enfermagem estratégias que promovam o processo de conscientização acerca dos instrumentos adequados a serem utilizados pelos pais com fins educativos, visto que punições agressivas contribuem apenas para a perpetuação do ciclo da violência.