A papaína é uma enzima proteolítica derivada do mamão verde, Carica papaya Linn, empregada na indústria alimentícia, cosmética e farmacêutica. Vem sendo utilizada em diversos tipos de feridas em pacientes com características distintas. Sua eficiência depende da característica da lesão e de sua concentração, apresentando ação positiva no processo de cicatrização e ausência de efeitos colaterais. Neste contexto, este trabalho teve como objetivo analisar, através de revisão de literatura, a eficácia da papaína no processo de cicatrização de feridas. O estudo foi realizado através do método de revisão integrativa, no qual foram utilizados os descritores “papaína; enfermagem; cicatrização”, bem como a questão norteadora “Quais as evidências a respeito do uso da papaína no processo de cicatrização de feridas?”. A busca foi realizada no período de março de 2014, no site da BIREME, sendo encontrados 41 artigos, buscou-se captar estudos que abordasse a temática através dos seguintes critérios de inclusão: artigos relacionados à temática, conteúdo completo, idioma português e publicações no período de 2005 a 2014. Resultaram 10 artigos os quais constituem a amostra deste trabalho. Os resultados apontaram o predomínio da revisão de literatura representando 40% da amostra, seguido do estudo descritivo exploratório com 30%, do estudo experimental 20% e do de natureza observacional 10%. Os anos que mais apresentaram publicação foram os de 2005 e 2008, com duas publicações cada. A análise dos artigos revela que a enzima proteolítica na terapêutica pode ser utilizada sob várias formas farmacêuticas (pó, creme, gel, spray e solução), agindo apenas nos tecidos inviáveis, podendo ser utilizado em feridas de diversas etiologias, porém sua eficácia depende do tipo de lesão e de sua concentração. Recomenda-se, para as feridas com tecido de granulação, a papaína com concentração de 2% a 4%, feridas com exsudato purulento uma concentração de 4% a 6% e em caso de feridas com tecido necrosado a concentração de 10%, pois realiza desbridação autolítica. Conclui-se que a papaína tem efetividade tanto no processo de cicatrização como no desbridamento das feridas, além de ser uma cobertura de baixo custo e sem contra indicações, porém não se observa nos estudos o tempo de troca desse curativo com o produto. Enfatiza-se a importância do desenvolvimento de estudos que mostre qual o tempo de atuação de forma terapêutica nas feridas, bem como a necessidade de mais estudos experimentais.