Diante do panorama atual dos transplantes de medula óssea no Brasil, existem cerca de 3.500 indivíduos aguardando um transplante de medula. Apesar do Brasil ter uma média de 3 milhões doadores cadastrados, esse número não atende à demanda, e a chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em cem mil, devido a intensa miscigenação na população brasileira. Objetivou-se aumentar o número de doadores voluntários de medula óssea no cadastro nacional de doadores (REDOME) provenientes de Sergipe e aprimorar a técnica de punção venosa para coleta de sangue dos acadêmicos de enfermagem participantes. Trata-se de um relato de experiência baseado em um projeto de extensão realizado em março de 2014 em conjunto com os acadêmicos de enfermagem de uma Instituição de Ensino Superior de Aracaju. Abrangeu a captação, cadastro, coleta de sangue dos novos doadores de medula óssea. Houve uma capacitação dos acadêmicos na própria IES sobre doação de medula óssea, os impedimentos para cadastro do doador e técnicas para a coleta de sangue a vácuo. Para o cadastro, os doadores preencheram um formulário de cadastro no REDOME fornecido pelo Hemocentro de Sergipe e posteriormente, ao chegar na sala de coleta de sangue, os doadores foram abordados pelos acadêmicos e acomodados em cadeiras para efetuar a coleta de sangue. A coleta de 4 ml de sangue foi realizada a vácuo, com tubo contendo EDTA e acondicionados em caixa térmica adequada preservados a 4ºC e mantidos nesta temperatura até o momento do transporte para o HEMOSE. Foram cadastrados 564 (100%) novos doadores de medula óssea. A amostra foi composta por 218 (87,6%) mulheres e 31 (12,4%) homens, com predominância na faixa etária de 17 a 26 anos. Identificou-se que existe uma diferença significativa (p>0,0001) entre o grau de escolaridade dos indivíduos, prevalecendo 206 (82,7%) com nível superior incompleto ou em curso, o que já era esperado visto que o presente projeto foi desenvolvido em uma IES. Evidenciou-se a efetividade positiva do projeto, visto que houve um aumento de doadores cadastrados no REDOME e o melhora da habilidade dos acadêmicos participantes para coleta de sangue, assim como permitiu a contextualização do conteúdo teórico com a prática dos futuros enfermeiros. Nota-se a importância da construção e implementação de estratégias de educação em saúde sobre a importância da doação de medula para salvar vidas, não só para os acadêmicos como também para a população.