A consulta de enfermagem à criança deve possuir uma abordagem educativa e humanizada, abrangendo todo o seu aspecto biopsicossocial e não apenas focar em ações curativas. A puericultura tem como objetivo promover o acompanhamento sistemático da criança, avaliando seu crescimento e desenvolvimento de forma ininterrupta, a fim de promover e manter a saúde, reduzir incidências de doenças e aumentar as chances desta crescer e se desenvolver de modo a alcançar todo o seu potencial. Objetivou-se revisar as publicações científicas sobre os fatores que influenciam a realização da puericultura na atenção primária à saúde. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com busca de textos nas bases de dados eletrônicas Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Utilizou-se como descritores: “Atenção primária a Saúdeâ€?, “Enfermagem em atenção primáriaâ€?, “Cuidado da criançaâ€? e “Saúde da Criançaâ€?; e “Puericulturaâ€?. Para guiar o estudo, formulou-se a seguinte questão: quais os fatores apontados pelos profissionais de enfermagem que influenciam na prática da puericultura? Os critérios de inclusão foram artigos científicos publicados de 1986 a 2013, em Língua Portuguesa, de natureza quantitativa e qualitativa, realizados no Brasil, com disponibilidade de texto completo nas bases de dados referidas. Foram selecionados 14 trabalhos. Após analise dos trabalhos surgiram as seguintes categorias mediante a eleição de aspectos relevantes e para melhor divisão didática, são elas: Entraves para a puericultura na práxis dos enfermeiros e Fatores associados a não adesão da puericultura. Foi possível reunir argumentos dos profissionais de enfermagem que alegam diversos fatores para negligenciar as práticas adotadas pelo Ministério da Saúde para a realização de uma puericultura que promova melhoria na qualidade de vida da criança e seja capaz de mudar os atuais indicadores. Dentre os fatores que contribuem para a não adesão a esta prática evidencia-se a escolaridade materna menor que oito anos, dificuldade de acesso ao serviço e o fato da criança não apresentar doenças. Conclui-se que as atuais formas de realizar a puericultura não remetem ao seu verdadeiro sentido, visto que se está negligenciando ferramentas importantes na avaliação da criança como o registro e avaliação do crescimento e desenvolvimento, orientações quanto alimentações, imunizações entre outras.