O abuso sexual infantil consiste em todo o ato, seja ele homossexual ou heterossexual, cujo agressor encontra-se em um estágio de desenvolvimento psicossexual mais adiantado que a criança ou o adolescente, podendo ser pais, responsáveis, conhecidos ou desconhecidos. Estudos brasileiros sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes revelam que os agressores são pessoas conhecidas ou familiares. Esta situação traz várias consequências à criança vitima de violência sexual. O presente estudo tem como objetivo relatar a experiência acadêmica diante a criança vítima de abuso sexual, identificar os sinais e sintomas do abuso e traçar os principais diagnósticos de enfermagem que estão diretamente ligados ao seu comportamento. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, utilizando como técnica o relato de experiência. Durante a realização das práticas hospitalares na pediatria em um Hospital de Referência em Belém/PA foi observada uma criança, oito anos, sexo feminino, procedente de Barcarena, vítima de abuso sexual recorrente, encaminhada de posto de saúde com queixa de constipação intestinal a mais de 10 dias e dor abdominal. Apresentava-se agressiva, chorosa, pouco contactuante, recusando procedimentos médicos e dieta oferecida. O abusador tratava-se de um primo portador de transtorno mental que residia na mesma casa, sendo a família conveniente com a situação. A criança apresentava lacerações na região anal, comprometimento do trato intestinal, com laceração e necrose evidenciadas por exames de imagem. Devido à gravidade do quadro a menor foi internada em clinica pediátrica. A partir de seu histórico foram identificados os respectivos diagnósticos de enfermagem: 1) Comunicação verbal prejudicada relacionada a alterações na autoestima e condições emocionais. Caracterizado por ausência de contato visual, dificuldade para manter o padrão usual de comunicação. 2) Risco suicídio relacionada a ter sofrido abuso na infância. 3) Síndrome do trauma de estupro relacionado ao estupro caracterizado por agitação, agressão e estado hiperalerta. O referente estudo mostra-se importante por abordar uma temática atual e, infelizmente, ainda pouco explorado, visando uma melhor assistência a criança vítima de violência sexual. Importa destacar também, que o enfermeiro é um importante agente na identificação destes casos, visto que, é o profissional mais envolvido com a história clínica e pessoal do paciente.