Introdução: Os transtornos relacionados ao consumo de substâncias psicoativas associadas a transtorno bipolar estão entre as patologias psiquiátricas mais comuns e frequentes na população geral, tendo um prognóstico reservado; fazendo com que essa comorbidade se torne recorrente nos ambulatórios e enfermarias especializadas. Sabe-se que o uso de substâncias psicoativas contribui para o surgimento da primeira crise (depressão ou mania) em indivíduos suscetíveis. Além disso, o transtorno bipolar é um importante fator de risco para o uso indevido dessas substâncias, inclusive como tentativa de tratar o próprio transtorno mental. Objetivos: Aplicar a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) a um paciente com transtorno Bipolar associado à dependência química. Metodologia: Foi realizado uma pesquisa descritiva do tipo estudo de caso, no período de 14 a 30 de Abril de 2014, durante as aulas práticas de enfermagem em saúde mental em um Hospital referência em psiquiatria no estado do Pará. A coleta de dados foi realizada a partir da análise do prontuário, anamnese e exame físico do paciente, além da pesquisa bibliográfica sobre a comorbidade. Resultados: R.B.A, 21 anos, sexo masculino, solteiro, internou com histórico de dependência química e transtorno bipolar associado e discreta oligofrenia. Apresentando empobrecimento do pensamento, alucinações auditivas e visuais, isolamento, comportamento sexual inadequado e delírio místico. Foram traçados os diagnósticos de enfermagem: comunicação verbal e memória prejudicada, relacionado ao uso abusivo de drogas psicotrópicas; alterações sensório-perceptivas relacionadas ao transtorno bipolar e abstinência; alterações no padrão de sexualidade relacionado à abstinência e transtorno bipolar. As principais intervenções de enfermagem estabelecidas foram: favorecer o diálogo com o paciente; resgatar à realidade, quando frente aos delírios; valorização da identidade; proporcionar atividades terapêuticas; proporcionar sono e repouso adequados. Conclusão: Portanto o paciente com esta comorbidade possui um dos piores prognósticos psiquiátricos, uma vez que é difícil classificar se um determinado sintoma é causado pela abstinência à droga ou se é relacionado ao transtorno bipolar. Desse modo, a importância da existência de estudos a cerca desse tema favorecerá a assistência da equipe multiprofissional contribuindo para o maior conhecimento e identificação de práticas eficazes para o acompanhamento desses pacientes.