A Reforma Psiquiátrica Brasileira (RPB) desde seu início em meados da década de 1980 tem criado novas possibilidades de assistência ao portador de transtorno mental, sendo respaldada legalmente pela Lei n° 10.216/01, que tem a finalidade de reorientar a política de saúde mental do país, priorizando a proteção e os direitos dos portadores de transtornos mentais. Neste contexto novas instituições foram criadas para atender a população com transtorno mental, a exemplo do Serviço Residencial Terapêutico (SRT) que tem o propósito de reintegrar o portador de transtorno mental cronificado à sociedade, e tem se destacado como peça fundamental para a concretização do processo de desinstitucionalização e reabilitação psicossocial. Vale ressaltar que os profissionais que compõem a equipe de enfermagem são indispensáveis no cuidado à saúde mental dos indivíduos, e integram a equipe de saúde que assiste os usuários/moradores das residências terapêuticas em todo o Brasil. Dessa forma, objetivo deste trabalho é conhecer a atuação da enfermagem nos Serviços Residenciais Terapêuticos. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, entre os meses de abril a junho de 2013, realizada nas principais bases de dados online da saúde. No tocante a atuação da enfermagem em saúde mental desde a reforma psiquiátrica, mais especificadamente nos SRT’s, têm se vivido uma grande e importante mudança nos processos de trabalho, considerando principalmente a transformação dos serviços com características manicomiais para serviços com características humanizadas, seguindo o modelo de reabilitação psicossocial preconizado pela RPB. O fato do portador de transtorno mental habitar uma casa e de forma mais concreta se reconhecer como cidadão, surgem também outros desafios ao enfermeiro e auxiliares/técnicos em enfermagem que atuam nas residências terapêuticas, pois a dimensão do elo profissional-paciente se torna mais forte do que em outros estabelecimentos, haja vista que os SRT’s devem ser considerados verdadeiras casas para os moradores, se aproximando dos gostos e do jeito de cada um deles, sem perder a essência de um espaço terapêutico. A experiência teórica deste levantamento bibliográfico deve ultrapassar a dimensão do serviço de enfermagem nas residências terapêuticas e abranger todos os dispositivos de saúde mental, tendo em vista que a criação dos ditos serviços substitutivos é recente, ainda se faz necessário o aprofundamento de pesquisas de campo para maior conhecimento da realidade.