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Anais - 16º CBCENF

Resumo

Título:
INFLUÊNCIA DOS PAPÉIS DE GÊNERO NAS PRÁTICAS EM PLANEJAMENTO REPRODUTIVO
Relatoria:
RAILA NATASHA DE MELO BEZERRA
Autores:
  • Sheila Milena Pessoa dos Santos
  • Fernanda Laisy Pereira de Sousa
  • Jamile Santana Borges
  • Mikael Lima Brasil
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Acessibilidade e sustentabilidade no SUS
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
INTRODUÇÃO: A atenção em Planejamento Reprodutivo (PR) é desenvolvida pela equipe multiprofissional de saúde visando implementar ações de aconselhamento, clínicas e educativas. Os (as) profissionais devem pautar as práticas em saúde no incentivo a participação ativa de todos os sujeitos na tomada de decisões quanto às questões envolvidas no PR, como escolha do método adequado e a vivência satisfatória da sexualidade. Tradicionalmente, a atenção tem sido focada apenas na mulher, delineando, unilateralmente, as responsabilidades existentes quanto ao PR. Destaca-se que a responsabilização pelas escolhas contraceptivas são assumidas pela mulher e o parceiro, quando se envolve, apenas apoia ou não a escolha. OBJETIVO: Refletir acerca da influência dos papéis de gênero nas práticas em planejamento reprodutivo. METODOLOGIA: Relato de experiência com cunho descritivo, reflexivo e qualitativo, desenvolvido a partir das atividades práticas realizadas por integrantes do Pró-Saúde/PET-Saúde 2012/2013 em 4 Unidades Básicas de Saúde da Família no município de Lagoa Seca-PB. RESULTADOS: As práticas de saúde na atenção em PR têm se concentrado nas atividades clínicas à mulher, com enfoque na prescrição e distribuição do método contraceptivo. A participação do homem encontra-se limitada apenas a distribuição de preservativo masculino, com pouca ou nenhuma orientação. Esse direcionamento reforça a lacuna na implementação de uma assistência universal e integral à saúde, trazendo como consequência o reforço a dicotomia de gênero no PR que, por um lado, fragmenta a atenção e reforça a ideologia da responsabilização feminina sobre a contracepção, e, por outro, silencia as possibilidades de participação masculina e de desconstrução de estereótipos sexistas. Observa-se que as práticas em PR reforçam o modelo biologicista e reducionista da atenção, além de legitimar a dicotomia entre o feminino e masculino no contexto analisado. CONCLUSÃO: As atividades profissionais devem envolver aconselhamento, práticas clínicas e educação em saúde com foco na participação feminina e masculina, partindo da compreensão de que ambos são protagonistas do PR. É necessário o maior investimento em estratégias que desconstruam a polarização dos papéis de gênero no PR.