Introdução: o diabetes mellitus (DM), enquanto doença crônica, necessita de cuidados. Tais cuidados visam o controle eficaz da doença, e por conseguinte a prevenção do aparecimento de complicações, bem como a redução de custos com tratamentos de complicações graves e aposentadorias precoces. Assim, com o intuito de diminuir os gastos no Sistema Único de Saúde (SUS), em 2006 foi promulgada a Lei Federal 11.347, que trata das garantias do acesso aos medicamentos específicos para o tratamento do DM e dos insumos e educação direcionada para a monitorização da glicemia capilar no domicílio. Objetivos: descrever e analisar a implementação das políticas publicas que regulamentam a realização da monitorização da glicemia capilar no domicílio por usuários com DM. Metodologia: tratou-se de um estudo exploratório descritivo com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista semi-estruturada e houve saturação da amostra com 12 participantes cadastrados na Secretaria Municipal de Saúde de um município do interior do estado de Pernambuco em 2012. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo e para discussão foi utilizado o Referencial Teórico do Modelo de Cuidado Crônico (MCC) e a legislação vigente. Resultados: dentre os temas que emergiram temos o fornecimento do glicosímetro por meios inadequados; a ausência de treinamento e informações aos usuários para a realização da monitorização da glicemia capilar no domicílio e a realização da monitorização da glicemia capilar desvinculada de um acompanhamento por um profissional de saúde. Conclusão: pôde-se concluir que, apesar dos avanços legalmente alcançados pelas políticas públicas, no sentido de garantir direitos aos usuários com DM, a ausência de capacitação para os profissionais de saúde para atuarem em processos educativos junto aos usuários com DM resulta em ineficácia da monitorização da glicemia capilar e como consequência observa-se a dificuldade de controle da doença. Embora haja acessibilidade aos insumos indispensáveis para a realização da monitorização da glicemia capilar, o SUS ainda carece de profissionais capacitados para a realização da educação em diabetes, o que para o MCC consiste em prioridade para a eficiência do bom controle em DM. Por fim, torna-se importante enfatizar que a realização de uma educação continuada com os usuários com DM pode proporcionar efeitos inigualáveis para o seguimento do tratamento, assim como para a real efetivação do que o SUS se propõe.