O Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento prevê que seja solicitado, além dos exames de rotina, os exames complementares, o que inclui o exame de colpocitologia oncótica que deve ser estimulado a sua solicitação nos atendimentos às gestantes. Nesse sentido, levantou-se a seguinte questão norteadora: Como as gestantes de um serviço de pré-natal percebem a realização do exame Papanicolau? A pesquisa torna-se relevante, pois se denota a importância da Estratégia Saúde da Família, no contexto do pré-natal, como oportunidade de maior sensibilização e incentivo de regularidade do exame pelas mulheres. Como objetivo, analisar as percepções de gestantes cadastradas em uma Unidade de Saúde da Família de Petrolina-PE, acerca do Papanicolau, solicitado no pré-natal. Abordagem qualitativa, exploratório e descritivo, desenvolvido com gestantes, com idade a partir de 18 anos, cadastradas no pré-natal de três equipes de saúde da família da unidade de Atendimento Multiprofissional Especializado (AME) Leonor Elisa, do bairro Dom Avelar. Foram realizadas 13 entrevistas semi-estruturadas, as quais foram transcritas e analisadas segundo a análise temática de conteúdo. Aprovado pelo Comitê de Ética e Deontologia em Pesquisa (CEDEP) da Univasf sob CAAE 0046.441.000-11. Dentre os achados observou-se a falta de conhecimento das gestantes relacionado ao exame; os mitos construídos pelas participantes sobre o Papanicolau; os sentimentos vivenciados no momento do exame; os motivos para a adesão ao citopatológico; o Papanicolau na gestação e a acessibilidade ao exame. Percebeu-se que a relação do profissional com a usuária durante a realização do exame é fundamental para minimizar os sentimentos negativos que muitas vezes vem à tona por causa do mesmo. Evidenciou-se que as mulheres possuem conhecimento superficial e, muitas vezes, inespecífico sobre a aplicabilidade do exame, tornando-se importante a necessidade de atividades de educação em saúde sobre a temática. Logo, o incentivo do exame na gestação é uma ferramenta importante na redução da morbimortalidade feminina por câncer de colo do útero.