Introdução: A adolescência é a fase em que ocorre alterações biológicas, sociais e psicológicas. Diante disso, emerge o despertar para o início da vida sexual ativa. Objetivo: Objetivou-se analisar os saberes atribuídos a sexualidade por adolescentes em escola pública e privada no município de Iguatu, Ceará, Brasil. Metodologia: Trata-se de estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. A investigação ocorreu em duas escolas subdivididas em uma da rede pública e outra da rede privada, no município de Iguatu, Ceará, Brasil. As escolas do ensino médio foram selecionadas por um sorteio aleatório entre 100 escolas. Foram 36 estudantes que estavam matriculados na escola há pelo menos dois anos e possuíam mais de 15 anos. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética Nº 2009_0016_FR238278. A entrevista guiou-se com perguntas sobre dados sociodemográficos, saberes e práticas da sexualidade. Os dados coletados foram organizados, de acordo com análise do conteúdo, utilizando-se análise técnica. As categorias elegidas foram: sentidos atribuídos a adolescência e saberes e práticas sobre a sexualidade. Resultados: Os alunos se reconhecem no processo de ser adolescente como verificado em um dos depoimentos: "É uma fase que nosso corpo aos poucos vai mudando, surgem muitas perguntas em nossa cabeça e muitas dúvidas" (Feminino, 17 anos). Sobre a sexualidade falaram ser uma manifestação de prazer, desejos e reprodução, como relatado: "É uma coisa simples e prazerosa, é uma relação entre duas pessoas quando se gostam ou até mesmo por diversão e quando sente vontade, é algo saudável" (Masculino, 17 anos). Quanto aos métodos contraceptivos um aluna de 16 anos falou o seguinte: "tudo aquilo que previne contra as DST. Exemplo: camisinha (masculina ou feminina), a pílula do dia seguinte, o diafragma, os anticoncepcionais". Conclusão: Com as declarações dos jovens percebe-se que apesar deles entenderem o processo de mudanças que estão vivenciando, eles não tem informação adequada sobre a sexualidade e sobre os métodos contraceptivos. Isso revela o grande tabu que ainda hoje vivenciamos na nossa sociedade, em que falar sobre sexo é incentivar a fazê-lo, esse pensamento tem feito os pais ignorarem o assunto deixando a responsabilidade de orientação sexual dos filhos para a escola. Essa limitação que os adolescentes tem vivenciado os tornam um grupo cada vez mais vulneráveis a contaminação por alguma DST.