Introdução: a história natural do câncer de colo do útero é descrita como uma afecção iniciada com transformações intra-epiteliais progressivas ou até mesmo fases pré-invasivas, e, portanto, benignas, que podem evoluir para uma lesão cancerosa invasora, num prazo de 10 a 20 anos. É o segundo tumor mais frequente na população feminina, perdendo apenas para o câncer de mama, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Objetivo: Descrever o caso clínico e intervenções realizadas a uma paciente com diagnóstico de câncer de colo uterino, na perspectiva da interdisciplinaridade. Metodologia: trata-se de um relato de experiência, do tipo descritivo e exploratório, com análise qualitativa das intervenções individuais e multiprofissional integrada da Enfermagem, Psicologia e Serviço Social à paciente com câncer de colo uterino, internada em março de 2012 na Enfermaria de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC/UFPE). Os dados foram obtidos através do prontuário da paciente, das intervenções e do acompanhamento clínico, psicológico e social, do acompanhamento com a família, observações e articulação com a equipe do setor. Resultados: Paciente de 38 anos, solteira, sem filhos, dona de casa e evangélica, admitida no serviço com queixa de sangramento vaginal e dor de grande intensidade em região pélvica. Após a realização de vários exames foi diagnosticado câncer de colo uterino escamoso e invasivo. Apresentou os seguintes Diagnósticos de Enfermagem: risco para infecção; risco para déficit de volume de líquidos; dor; nutrição alterada para menos; constipação; padrão de sono e repouso alterado; déficit no autocuidado; e baixa autoestima situacional. Quanto à Psicologia foi possível perceber que o câncer trouxe profundas alterações psicológicas, uma vez que a pessoa acometida pelo câncer encontra-se vulnerável, despertando em muitas ocasiões sentimentos de medo, angústia e ansiedade. O Serviço Social pôde obter um maior conhecimento sobre as questões socioeconômicas e culturais da paciente, compreendendo as múltiplas facetas de sua vida, tendo em vista que o seu quadro atual e suas implicações futuras não se resumem ao momento de seu internamento, mas englobam uma totalidade bem mais complexa. Conclusão: a escuta efetiva do momento vivenciado pela paciente, o acolhimento das demandas e o cuidado distendido pela equipe serviram de suporte para a paciente no apoio necessário ao enfrentamento da doença.