As profissões caminham dia-a-dia, para a especialização do saber e do cuidar, à medida que novos conceitos e tecnologias são desenvolvidos têm-se novos campos de atuação e pesquisa. No contexto das profissões da saúde, a enfermagem ocupa posição ímpar, desenvolvendo atividades centradas no cuidado de pessoas. A prática de cuidados a pacientes portadores de feridas é uma especialidade, que requer conhecimento específico, habilidade e abordagem holística. Com o advento da especialização de estomaterapia, o tratamento de feridas mudou, pois está baseada na atividade comprovada cientificamente e nos princípios de avaliar as condições da ferida. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência do curso de graduação em enfermagem do Centro Universitário do Espírito Santo, com a implantação de uma clínica de reparação tecidual. Trata-se de uma pesquisa descritiva do tipo relato de experiência contextualizando a implantação da clínica, sendo caracterizado por projeto de extensão universitária. A implementação do projeto realizou-se em etapas, sendo a primeira evidenciada por triagem de pacientes dos diversos locais de atuação dos alunos, bem como uma abordagem junto às secretárias municipais de saúde das cidades da região. Na segunda, triagem minuciosa para a classificação das feridas e para as formas de abordagens terapêuticas eficazes, criando assim as normas operacionais padrão, definido a forma de inserção do paciente, o público alvo, a capacidade operacional, a forma de acompanhamento, os critérios de desligamento, as atribuições dos profissionais e o protocolo de atendimento evidenciando técnica e os tipos de curativos inteligentes a serem utilizados. Ressalta-se que a enfermagem realiza a abordagem inicial ao paciente e se for necessário referencia a outros membros da equipe multiprofissional, que a instituição apresenta. A clínica é aberta a comunidade e funciona por sistema de agendamento, três dias da semana, totalizando quinze consultas de enfermagem que são realizadas por acadêmicos e supervisionadas por professor. A clínica funciona há três anos, e hoje é classificada como indispensável na formação do aluno, na qualificação do professor, no contato com outros profissionais e no intercâmbio com a sociedade, o que implica em relações multidisciplinares, visto que é concebido e interpretado academicamente sob uma série de éticas e concepções, ultrapassando os limites do currículo da ciência e da técnica, alcançando uma perspectiva social e humana.