Estudos demográficos mostram que a população do Brasil está mais idosa a cada dia. Essa mudança no perfil demográfico da população vem acompanhada da mudança no perfil epidemiológico da mesma, onde há prevalência de doenças crônico-degenerativas como o câncer. Tem-se na literatura estudos que revelam boa cobertura geral de exames ginecológicos no Brasil, próximo das metas da Organização Mundial de Saúde, mas que decai bastante à medida que estas se afastam da idade fértil. OBJETIVOS: Avaliar por meio de uma revisão da literatura a cobertura de exames ginecológicos em idosas atendidas na atenção básica levantando fatores para não realização do mesmo. METODOLOGIA: Caracteriza-se como uma revisão da literatura nacional. A pergunta norteadora do processo revisional foi construída por meio da estratégia PICO (P=Paciente ou Problema, I=Intervenção, C=Comparação ou controle, O=Outcomes ou desfechos): O número de idosas que realiza exame ginecológico no Brasil é satisfatório? A busca na literatura foi realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde utilizando-se a combinação de descritores controlados, aqueles estruturados e organizados para facilitar o acesso à informação exame ginecológico and Idoso, Exame ginecológico and PSF, Idoso and PSF and Exame ginecológico. Foram definidos como critérios de inclusão: textos completos publicados de 2009 a 2012 nos idiomas português, inglês e espanhol que se relacionavam diretamente com o tema. RESULTADOS: Localizou-se 12 artigos dos quais 4 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão previamente definidos, eles mostram que há um declínio na porcentagem de idosas que realizam exames preventivos na faixa superior aos 59 anos. DISCUSSÃO: Há uma grande redução na taxa de idosas que realizam exames ginecológicos no Brasil, fruto de sentimentos que faz com que as mesmas adiem ou não realizem o exame. Foram citados como barreiras para realização dos exames vergonha, dor, e dificuldade em aceitar a realização do mesmo se feito por profissional masculino. Tal dado é agravado por estudos que apontam para o fato das mulheres que nunca realizaram exames preventivos terem uma maior probabilidade de desenvolverem doenças como o câncer de útero com maior freqüência. CONCLUSÃO: A realização do exame ginecológico nessa faixa etária é cercada de pudor e valores sociais que sobrepõem à necessidade de realização do exame. Portanto cabe uma ação conjunta dos profissionais da saúde, governos e da própria mulher.