INTRODUÇÃO: A prática profissional é permeada por questões relacionadas aos direitos humanos sexuais e reprodutivos (DHSR). A exigência de que o Estado garanta estes direitos está intimamente articulada ao trabalho dos profissionais de saúde, de modo que, dependendo de seu posicionamento no atendimento à clientela, tal garantia pode ser comprometida. Tratar de DHSR durante a formação em Enfermagem é necessário para construir boas práticas profissionais no que tange a promoção da saúde. OBJETIVO: conhecer a visão de docentes de Enfermagem sobre DHSR e analisar a relação que fazem com o ensino e a prática profissional. METODOLOGIA: Estudo de natureza descritiva e caráter documental. Participaram quatro cursos de Enfermagem das Universidades Públicas do Estado do Rio de Janeiro. Aplicou-se questionários com perguntas abertas e fechadas aos docentes, totalizando 23 respondidos. No tratamento das questões abertas adotou-se análise temática. Nas questões fechadas utilizamos como suporte o software livre EpiInfo. RESULTADOS: Dos docentes informantes 87% eram mulheres e 13% homens. Quanto à preparação para trabalhar o tema em sala de aula 64% responderam afirmativamente. Quando perguntado se encontram alguma dificuldade em ministrar tal temática 68% responderam que não, contra 18% que afirmaram ter dificuldade devido ao envolvimento com assuntos polêmicos e 14% que consideram a carga horária por vezes reduzida. Questionando sobre o entendimento da nomenclatura DHSR, a resposta da maioria foi ao encontro com conceitos formulados nas Conferências de Cairo e Pequim. CONCLUSÃO: Os docentes possuem entendimento dos DHSR, porém a aplicabilidade dos conceitos por vezes é dificultada devido ao envolvimento de assuntos polêmicos ou a carga horária reduzida. Considerando que os direitos humanos, a saúde sexual e a saúde reprodutiva estão na pauta governamental e devem ser promovidos e garantidos, os profissionais de Enfermagem têm papel fundamental para efetivação desses avanços.