Anais - 16º CBCENF
Resumo
Título:
SÍFILIS CONGÊNITA E ASSISTÊNCIA AO PRÉ-NATAL
Relatoria:
MARIA ANGELINA DA SILVA ZUQUE
Autores:
- MARIA TEREZA ALVES GODOY
- ROSANGELA DE SOUZA ANDRADE
- FABRÍCIA TATIANE DA SILVA ZUQUE
- Flávia Renata da Silva Zuque
Modalidade:
Pôster
Área:
Acessibilidade e sustentabilidade no SUS
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Introdução: Embora a prevalência da infecção pelo Treponema pallidum diminuiu após a descoberta da penicilina, na década de 40, observa-se tendência mundial de recrudescimento da sífilis entre a população em geral e, de forma particular, os casos de sífilis congênita (SC). A SC é transmitida ao recém-nascido intraútero por via transplacentária ou adquirida no trajeto do canal, durante o trabalho de parto. A transmissão ocorre porque a gestante não recebeu tratamento ou foi tratada inadequadamente. Objetivos: Objetivou-se no estudo identificar a incidência da SC na maternidade conveniada com o SUS no município de Três Lagoas (MS). Metodologia: Trata-se de um estudo transversal realizado na referida maternidade no período compreendido entre 2007 a 2013, onde foram incluídas as parturientes residentes no município deste período. Utilizaram-se também dados secundários do DATASUS e SINAN. Resultados: Relacionado à identificação de gestantes até o segundo trimestre de gestação foram 38% em 2007; 71% em 2008; 50% em 2009; 30% em 2010 e 50% em 2011. Quanto ao número de consultas de pré-natal, com 7 ou mais consultas: em 2008 (68%), em 2009 (74%), em 2010 (68%), em 2011 (69%) e em 2012 (70%). A incidência de sífilis em gestantes, em 2007 foi de 17%; em 2008 de 10%; em 2009 de 7%; em 2010 de 6%; e em 2011 de 14%. No período do estudo identificou-se 3 casos de SC em 2011; 5 casos em 2012 e 7 casos até maio de 2013. Observou-se um aumento de casos de SC nos últimos anos. A média de casos foi de 1,9 casos/1000 NV. Discussão: A SC se configura como um grave problema de saúde pública e a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, é registrar menos de um caso por cada mil nascidos vivos. No estudo observou-se um aumento nos casos de SC diagnosticados na maternidade, ou seja, gestantes não estão sendo diagnosticadas no pré-natal ou estão sendo tratadas inadequadamente. A notificação, tratamento e vigilância da sífilis em gestante são imprescindíveis para prevenir a transmissão vertical da doença. Conclusão: Das ações a serem realizadas entre consultas no pré-natal, o rastreamento de infecções verticalmente transmissíveis é uma das intervenções com possibilidade de maior impacto sobre a saúde perinatal. A identificação da sífilis na gestante possibilita o tratamento eficaz, visando à cura materna e prevenção da infecção fetal. A assistência pré-natal é um dos pilares do cuidado à saúde materno-infantil, e os casos de SC sugerem uma baixa qualidade da assistência pré-natal.