Durante toda sua vida a mulher passa pelas mais variadas experiências, dentre elas, temos o ciclo gravídico puerperal que se concretiza como uma vivência ímpar para cada mulher. Este é acompanhado por uma gama de sentimentos que podem ser sinônimos de tristeza, negação, receio ou felicidade dependendo do quanto se desejou. A maioria das mulheres considera que ser mãe, faz parte de um sonho ou de sua realização como mulher. Contudo, poderão surgir conflitos psicológicos, envolvendo com frequência suas conjecturas sobre o novo papel que terão de representar, acrescem-se a isso conflitos familiares e conjugais, pelo fato de a mulher tornar-se mais carente de afeto e atenção. Assim, o presente trabalho visa ressaltar os riscos que sofrem as mulheres no período gravídico-puerperal de desenvolver alterações psiquiátricas que afetem seus sentimentos maternos e mesmo ao próprio desenvolvimento gestacional saudável. Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura, para a qual procedeu-se a leitura e análise de 14 artigos publicados entre os anos de 2008 e 2013 nas bases de dados Lilacs e Scielo. Pode-se perceber que a gravidez, o parto e o puerpério são fases na vida da mulher que implicam na maioria das vezes em mudanças de papeis e no estilo de vida, as quais estão em sua maioria centrados no bebê e, principalmente no que diz respeito ao cuidado deste. Diante disso é necessário que a humanização da assistência obstétrica seja uma realidade para o adequado acompanhamento do parto e puerpério, no tocante a um cuidado que engloba, sobretudo, o suporte psicológico de que a gestante necessita. A adoção de práticas humanizadas e seguras implica em organização das rotinas, dos procedimentos e da estrutura física, e, principalmente, a incorporação de condutas acolhedoras e não somente intervencionistas. Os transtornos psiquiátricos no ciclo gravídico puerperal são condicionados pelas inúmeras mudanças que sofrem as gestantes (social, familiar, conjugal, etc.) e são condições clínicas que põem em risco um bom desenvolvimento gestacional, sua saúde e a saúde do bebê, principalmente em si tratando de psicoses puerperais. Assim, é imprescindível que políticas de saúde, através de uma equipe multidisciplinar, possam ser realizadas a fim identificar os sinais e sintomas que possam ser sugestivos de doença mental o mais precocemente possível, para assim elaborar medidas intervencionistas e de acompanhamento à medida que se identifica os riscos.