Introdução: A despeito da diversidade de métodos contraceptivos disponíveis comercialmente, observa-se que esse tipo de tecnologia do cuidado não tem sido acessível ao grupo adolescente. Associada a incipiente disponibilidade na rede básica de saúde, a busca pelos meios de prevenção da gravidez permanece como um desafio à saúde. Em decorrência disso, a gravidez indesejada e as infecções sexualmente transmissíveis (IST) são recorrentes na adolescência. Objetivo: Compreender a concepção de adolescentes sobre métodos contraceptivos. Metodologia: Tratou-se de uma pesquisa exploratório-descritiva de abordagem qualitativa, realizada com 19 adolescentes, inseridos no programa governamental ProJovem, na área adscrita da UBSF Raimundo Carneiro, bairro do Pedregal, cidade de Campina Grande/PB. A coleta de dados ocorreu em 2010 por meio da entrevista semi-estruturada. Os dados foram tratados à luz da análise temática e os dados foram discutidos de acordo com a literatura pertinente. O projeto foi aprovado pelo CEP da Universidade Estadual da Paraíba, CAAE n.o 0294.0.133.000-10. Resultados: Os dados foram agrupados em três categorias: (Des) Conhecimento acerca dos métodos contraceptivos; Principal método de escolha; Acesso aos métodos contraceptivos na adolescência. Constatou-se conhecimento deficiente acerca da diversidade de métodos contraceptivos oferecidos. Entretanto cada adolescente referiu conhecer ao menos um tipo de método, sendo com mais frequência entre adolescentes dos dois sexos o preservativo masculino e entre as adolescentes do sexo feminino, acrescentou-se a referência ao contraceptivo oral hormonal. A maioria dos adolescentes sabe a importância do preservativo referindo impedir a fecundação e proteger contra a infecção por HIV e outras IST. Ambos os sexos demonstraram conhecimento dos locais onde adquirir os métodos, porém o sexo masculino relata possuir acesso mais facilitado. Conclusão: Pode-se inferir que o conhecimento sobre métodos contraceptivos é insatisfatório, por ser limitado a apenas dois métodos e ambos não estarem associados, o que poderia reduzir os riscos de gravidez indesejada e IST. O maior acesso masculino aos métodos, evidencia a questão de gênero, já que culturalmente é mais difícil para a adolescente assumir a vida sexual ativa. Esses achados, mostram as falhas na garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, pois o acesso a informação deveria ser para todos/as considerando as especificidades da adolescência.