As unidades integradas são constituídas por quatro unidades de saúde inseridas em áreas de influência cuja organização é regida por uma lógica que visa à assistência. Porém, nota-se que a construção de tais unidades vai de encontro à acessibilidade, diretriz do Sistema Único de Saúde (SUS), imprescindível para que as equipes de saúde sejam bem sucedidas em ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação, sendo a garantia da acessibilidade algo maior e adicional à mera presença ou disponibilidade de um recurso em certo lugar e num dado momento. Desta forma, este estudo objetiva refletir acerca dos possíveis prejuízos à acessibilidade considerando os aspectos geográficos quanto à construção das unidades integradas. Metodologicamente, o presente estudo trata-se de uma revisão integrativa, consubstanciado numa abordagem qualitativa, cujas referências são textos acadêmicos especializados, bem como artigos indexados publicados na Biblioteca Virtual em Saúde e no Scientific Electronic Library Online (SciELO), no período de 2008 a 2012, cujos critérios de inclusão foram: trabalho completo, idioma em Português e acessibilidade. Importante ressaltar a escassez de textos científicos relacionados a essa temática. A análise foi realizada através da leitura dos textos científicos considerando o ponto de vista de diferentes autores, permitindo perceber que mesmo a unidade integrada sendo construída em um local estratégico, ou seja, próximo das quatro áreas que abrange, não há garantia de acessibilidade do usuário que se encontra nas margens dessas regiões, diferentemente do que ocorre nas unidades básicas não integradas, que geralmente são construídas no centro da comunidade. Por vezes, a acessibilidade é prejudicada por conta da distância ou mesmo pelo usuário não ter condições para o deslocamento até a unidade em consequência da idade ou alguma patologia, trazendo fortes consequências à assistência do indivíduo. Com isso, vale repensar se a construção de unidades integradas de saúde trará resultados satisfatórios quanto à assistência à saúde da população. Sabe-se que é necessário e obrigatório atender a todos, para tanto, é necessário que haja garantia de acessibilidade à porta de entrada do SUS que é a atenção básica. Portanto, a acessibilidade deve ser pensada como fator inicial para promover saúde do cidadão, pois, se o paciente não tem como chegar ao local de atendimento, não há como realizar a assistência e efetivar o direito à saúde.