Introdução: O câncer da mama feminina é a neoplasia que mais incide nas mulheres brasileiras, além de ser a primeira causa de morte por câncer nesse grupo. Em torno do processo de adoecimento por esta enfermidade existe todo um investimento simbólico que é socialmente construído e que repercute negativamente na forma como a mulher percebe a doença e seu tratamento. Sendo assim, é de fundamental importância o conhecimento dessas construções históricas para a elaboração de uma assistência de enfermagem mais assertiva a essa clientela. Objetivo: Refletir sobre a construção histórica das representações acerca do câncer de mama e suas implicações para a vida e tratamento das mulheres portadoras. Metodologia: Trata-se de uma reflexão teórica das representações do câncer de mama com o intuito de produzir conhecimento sobre esse tema. Para isso foram utilizados artigos indexados nos principais bancos de dados além de livro que abordavam essa temática. Resultados e discussão: O resgate histórico acerca das representações sobre essa doença permitiu apreender que no passado a etiologia do câncer de mama esteve atrelada aos atos pecaminosos e vícios, em especial no que se refere às práticas sexuais, sendo motivo de vergonha pessoal. O câncer era considerado uma doença abominável, de mau agouro, repugnante aos sentidos, assim como a tuberculose. Foi considerado, ainda, um castigo através do qual o doente poderia alcançar sua redenção, a libertação dos pecados caso conseguisse suportar com resignação o sofrimento que causava. Por volta da década de 90, a compreensão de cunho moral da etiologia do câncer mescla-se com novas hipóteses advindas da observação da vida moderna, marcadamente urbanizada e industrializada. Nessa época também se verifica a valorização dos fatores psicológicos na gênese dessa enfermidade. Conclusão: O estudo possibilitou apreender que, a despeito dos avanços tecnológicos e científicos, essas imagens ainda continuam muito presentes no cotidiano das mulheres com câncer de mama e, a simples confirmação diagnóstica evoca nelas sentimentos de pesar, raiva e intenso medo. Tais representações influenciam significativamente no processo de adaptação e enfrentamento das mulheres às diferentes fases do desenvolvimento e tratamento da doença. Acredita ser importante a inclusão dos aspectos simbólicos relacionados a câncer de mama e seu tratamento nas ações de saúde pública bem como na abordagem a essa clientela.