A atenção à saúde tem sofrido fortes mudanças com o surgimento do SUS. No entanto, alguns dos seus princípios, como a universalidade, integralidade e equidade não tem sido implementados na grande parte dos serviços de saúde, trazendo um amplo prejuízo aos usuários. Isso implica na necessidade de incorporá-los a prática assistencial, buscando transformar essa realidade que diverge das conquistas legais. Diante disto, existe a necessidade de trabalhar a consciência política dos usuários do SUS frente aos seus direitos e deveres. Este trabalho tem como objetivo relatar a vivência de graduandos de enfermagem quanto ao exercício da cidadania e desenvolvimento da consciência política dos atores sociais a partir da discussão sobre o direito à saúde nos espaços extramuros universitários. Trata-se de um relato de experiência vivenciado por acadêmicos do curso de enfermagem, da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi/Universidade Federal do Rio Grande do Norte, durante o desenvolvimento do projeto de ações associadas intitulado ?Saúde e Cidadania: Interfaces entre pesquisa, ensino e extensão?. As atividades foram desenvolvidas de acordo com o pensamento Freireano, que valoriza o conhecimento dos diversos atores sociais envolvidos. As práticas pedagógicas foram realizadas no período de abril a junho de 2013, nas unidades de saúde da Estratégia Saúde da Família do município de Santa Cruz-RN. Nesse sentido, foram desenvolvidas rodas de conversa, as quais foram conduzidas pelos acadêmicos sob a orientação de um professor. Foi trabalhada com a comunidade a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, a qual se coloca como um dispositivo para o cidadão conhecer seus direitos e deveres em prol de um sistema de saúde mais resolutivo e eficaz. Durante as práticas pedagógicas, pode-se observar o desconhecimento dos sujeitos envolvidos sobre a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde. Sendo assim, essas atividades contribuem para o empoderamento da população, que por meio do conhecimento compartilhado poderão divulgar e reivindicar seus direitos e exercer seus deveres, além de promover a formação do profissional cidadão, com vistas à melhoria do sistema de saúde, para que se torne mais resolutivo e eficaz. Assim, as ações realizadas, contribuem para que o exercício de cidadania do usuário e seus direitos sejam respeitados e possam ser apreendidos e exercidos ao cotidiano dos profissionais e dos próprios usuários do SUS.