INTRODUÇÃO: Por serem indivíduos ainda em desenvolvimento os adolescentes são, conhecidamente, vulneráveis ao uso e as consequências do abuso de drogas, constituindo-se então um grande problema de saúde pública. A atenção básica é a principal porta de entrada para os usuários acessarem aos serviços de saúde, sendo responsável por ações de promoção e proteção a saúde, diagnósticos, tratamento e reabilitação. Nesse contexto, entende-se que estes devem ser os primeiros locais onde as intercorrências relacionadas ao uso e abuso de drogas em uma comunidade devem ser identificadas e assistidas. OBJETIVO: Identificar nos prontuário das Unidades de Saúde da Família (USF) de Camaragibe-PE as notificações de dependência química em adolescentes e caracterizar o grupo quanto à substância a qual faz uso. METODOLOGIA: Recorte do projeto ?Conhecer para cuidar: Caracterização do perfil epidemiológico e psicossocial de usuários de crack de Camaragibe-PE?. Estudo descritivo, realizado de março a junho/2011 nas USFs do município. Foram incluídos prontuários com registro de pelo menos um adolescente com diagnóstico da CID-10 confirmado por um médico e excluídos aqueles que não continham o mínimo de informações relativas às variáveis: histórico de dependência química e caracterização do tipo de substância que fez uso; totalizando 77 prontuários. RESULTADOS: A dependência química atingiu 22% do total de prontuários. Quanto às substancias que fez uso, estão: álcool (5,9%), tabaco (5,9%), cocaína (5,9%), maconha (5,9%), crack (5,9%), tranquilizantes (29,4%); outras drogas (17,6) e sem especificações da substancia (23,5%). CONCLUSÃO: É evidente a importância do conhecimento das situações de uso e abuso de drogas, principalmente relacionado à esse grupo, para que as estratégias e as ações sejam concretizadas com sucesso. No município em questão, chama atenção a baixa notificação de agravos a saúde mental (e em especial a dependência química) entre os adolescentes do referido município e os altos índices de uso de tranquilizantes nesse grupo. Diante disso, faz-se necessárias ações que facilitem o acesso do adolescente, o registro dos casos que ocorrem na comunidade e intervenções condizentes com o quadro apresentado. Sendo assim, só conhecendo o adolescente da comunidade poderemos intervir sobre suas mazelas, sejam elas físicas ou mentais e, dessa forma, poder oferecer um cuidado holístico.