OBJETIVO: Analisar as interferências de gênero nas escolhas contraceptivas femininas. METODOLOGIA: Estudo exploratório-descritivo com abordagem qualitativa. A amostra foi composta por 15 mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos) atendidas pela rede pública de saúde, especificamente cadastradas em três Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF). A técnica de coleta de dados empregada foi a entrevista semi-estruturada, realizada entre dezembro 2012 e maio de 2013. A análise dos dados ocorreu por meio da análise de conteúdo temática. Os resultados foram discutidos à luz dos estudos de gênero e da literatura pertinente. O trabalho cumpriu os requisitos da pesquisa com seres humanos, sendo aprovada pelo CEP, CAAE no. 03466612.7.0000.5182. RESULTADOS: A escolha pelos métodos contraceptivos orais e a esterilização feminina são citados com predominância pelas entrevistadas, refletindo que a escolha do método mostrou-se delineada pelas iniquidades de gênero, medicalização do corpo feminino e deficiência do serviço em promover uma escolha livre e informada. CONCLUSÃO: Os resultados apontam para a necessidade do investimento em estratégias de saúde que discutam temas relativos à sexualidade, como a contracepção e gravidez não planejada, considerando os vieses de gênero imbricados na vivência feminina sobre a contracepção.