Neste estudo objetiva-se verificar se diante da realidade das quebradeiras de coco babaçu existe ligação entre o processo saúde/doença dessas trabalhadoras rurais e as atividades relacionadas à quebra do coco babaçu pelas associadas da Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio (ASMUBIP), Estado do Tocantins. Isso porque a quebra do coco babaçu se constitui como uma atividade penosa, realizada a partir da utilização de instrumental técnico rudimentar, um machado e um pedaço de madeira. Essa atividade pode causar lesões nas mãos e/ou em outras partes do corpo. Outras atividades, também penosas, estão relacionadas à quebra do babaçu, como por exemplo, a coleta, que exige posturas inadequadas, o que pode provocar alterações orgânicas. Além disso, tanto a coleta, quanto a quebra, é realizada em ambientes muitas vezes contaminados, por fezes de animais e por agrotóxicos, o que, de igual forma, pode resultar em adoecimento das quebradeiras. O estudo se configura como uma pesquisa quantiqualitativa, cujos dados empíricos foram coletados em campo a partir de um formulário estruturado com questões fechadas e abertas, uma vez que, além dos dados numéricos, se desejava colher informações relacionadas à subjetividade das informantes. A pesquisa empírica demonstrou que as quebradeiras que colaboraram com o estudo apresentam pelo menos 12 sintomas que podem ter decorrido da quebra do babaçu.