No cotidiano dos serviços de saúde não é comum a aferição da pressão arterial de adolescentes, apenas, recentemente, publicações científicas têm alertado para a necessidade desse cuidado. Esse estudo tem como objetivo apresentar o caso de um adolescente com pressão arterial elevada, enfocando o perfil epidemiológico, condições de vida, percepções sobre hipertensão arterial, fatores de risco e processo de controle. Trata-se de adolescente do sexo masculino, 13 anos, aluno do oitavo ano de uma escola estadual de Três Lagoas, MS. Após obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, realizamos entrevista com o adolescente e sua mãe; para o adolescente foram aplicadas ainda escalas de medida de depressão, ansiedade e qualidade do sono. Os dados revelam que o adolescente nasceu no sétimo mês de gestação, com peso de 2740g, foi alimentado com leite artificial. O índice de massa muscular atual é 23,8, caracterizando sobrepeso. A avó paterna e o avô materno apresentam hipertensão arterial. O adolescente não tem conhecimento sobre hipertensão arterial, admite que sua situação o preocupa. O escore do Inventário de Depressão de Beck foi 6; do Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh foi 2 , do IDATE-E foi 40 e do IDATE-T foi 30. Foram realizadas três aferições da pressão arterial, pelo método auscultatório, em todas, os valores foram superiores ao percentil 95, indicando hipertensão estágio 1. Nesse relato, optamos por usar o termo pressão arterial elevada, até que se estabeleça o diagnóstico médico. O relato inclui a discussão de fatores genéticos e prematuridade, dentre outros, como risco para hipertensão, a influência de fatores emocionais e aspectos da educação em saúde. Esse relato é parte de um trabalho maior, no qual, outros adolescentes com pressão arterial elevada já foram detectados, fato que nos estimula a realizar intervenções de cuidado e pesquisas junto a essa população.