Introdução: O consumo de etanol ocorre em grande parte da população, sendo que o consumo abusivo ou mesmo ocasional entre universitários representa um problema importante de saúde pública. Alguns estudos têm demonstrado uma maior susceptibilidade ao uso problemático de bebidas alcoólicas entre estudantes da área da saúde. Objetivos: Estimar a prevalência e os padrões de consumo de álcool entre estudantes de enfermagem. Metodologia: Realizou-se um estudo de corte transversal com uma amostra probabilística de 263 graduandos regularmente matriculados no referido curso, em uma instituição privada de ensino superior de São Luís (MA), no primeiro semestre de 2013. Para o cálculo amostral, foram utilizados os seguintes parâmetros: frequência esperada do evento de 50%; 4,0% para a pior frequência esperada do evento; intervalo de confiança de 95% e um acréscimo de 15% ao valor calculado para corrigir eventuais perdas e/ou efeitos de fatores de confusão, o que resultou em uma amostra de 268 alunos. Durante o processo de coleta de dados houve 5 perdas (1,86%), referentes a recusas de participação. Considerou-se como variável dependente o consumo de álcool contínuo e nos últimos trinta dias, cuja ocorrência foi associada a fatores sociodemográficos pelo teste do qui-quadrado de associação (p<0,05). Os padrões de consumo de álcool foram identificados pelas escalas CAGE (Cut Down, Annoyed, Guilty and Eye-opener) e AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test). O ponto de corte para ser considerado CAGE (+) foi a presença de duas ou mais repostas sim. Já para o AUDIT, foi aplicado para se verificar uma possível dependência do álcool (soma mínima de 20 pontos e máxima de 40 pontos). Resultados e conclusão: A prevalência geral de consumo de álcool foi de 42,37% e de 29,01% nos últimos trinta dias, sendo o primeiro padrão de consumo maior entre mulheres (77,48%), solteiros (63,03%), com menos de 30 anos (82,88%), do turno matutino (81,98%) e cursando os primeiros semestres letivos (55,45%). Pela escala CAGE, 47,37% dos estudantes apresentou alto risco para uso abusivo e 18,42% para o uso problemático de álcool. Na escala AUDIT, 71,05% dos estudantes apresentou baixo risco, 27,63% apresentou consumo de risco e apenas 1,31% mostrou o padrão binge drinking. Considerando os índices observados, fica evidente a necessidade das instituições de ensino e gestores públicos de promoverem estratégias para reduzir e controlar o uso problemático dessa substância.