A carência de ferro é a deficiência nutricional mais comum no mundo, no Brasil se constitui como um importante problema de saúde pública (VIEIRA et al, 2010). A anemia ferropriva é uma doença de fácil tratamento e diagnóstico, ambos oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde. O objetivo do trabalho foi identificar a prevalência de anemia ferropriva em crianças de 05 a 10 anos pertencentes ao Bairro Jardim Maria da Luz, no Município de Coronel Vivida – PR, relacionando com os fatores socioeconômicos e o índice de massa corpórea (IMC). A amostra foi composta por 50 crianças com idade entre 05 a 10 anos atendidas pela Equipe Saúde da Família (ESF) do bairro em questão, selecionadas aleatoriamente de três em três entre os prontuários disponíveis na ESF. Na seqüência os sujeitos foram encaminhados a um Laboratório terceirizado para a realização da coleta de sangue. O exame realizado foi do tipo hemograma, sendo utilizado o Método Automatizado Sismex kx, que identificou a presença de anemia ferropriva através do índice de hemoglobina, Volume Corpuscular Médio (VCM) e Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM). Durante a permanência no estabelecimento foram coletados dados referentes ao peso e a altura dos sujeitos, bem como preenchido um instrumento de avaliação socioeconômico pelos responsáveis legais das crianças. Dos 50 sujeitos selecionados, 62% apresentam renda familiar de até 800,00 reais mensais, 60% recebem algum tipo de benefício do governo entre eles o bolsa família. 46% fazem mais que cinco refeições/dia, fato que evidenciado quando avaliado o IMC, onde 100% das crianças são eutróficas. Há evidências de uma significativa redução na prevalência da desnutrição na população brasileira nas últimas décadas. Preocupante, porém, é que o comportamento da anemia ferropriva não parece acompanhar a melhoria do estado nutricional (OSÓRIO, M.M., 2002). Contudo o dado realmente surpreendente foi encontrado frente à presença de Anemia Ferropriva, onde das 50 amostras estudadas 100% apresentaram valores considerados normais dentro dos padrões de referencia para hemoglobina e índices hematimétricos VCM e CHCM. Assim, podemos concluir que mesmo vivendo de uma forma carente, situando-se na faixa de pobreza ou extrema pobreza as crianças são bem alimentadas, e estão recebendo os nutrientes necessários para não adoecerem e sendo assistidas de forma satisfatória pela ESF validando os pressupostos de prevenção e promoção em saúde propostos pelo SUS.