A ética refere-se à reflexão dotada de senso crítico, pressuposições subjetivas e autonomia diante das decisões. No ensino de enfermagem no Brasil a disciplina de Ética/Bioética instiga sobre a responsabilidade profissional, busca da autonomia, do agir com competência, mobilizando conhecimentos para julgar e eleger decisões para a prática profissional. Esta pesquisa teve por objetivo refletir sobre a relação do ensino da Ética no Brasil com o processo de formação do enfermeiro. Trata-se de um estudo bibliográfico descritivo, realizado no banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde, sendo adotados como critérios de inclusão: artigos que abordem o ensino da ética em enfermagem, com recorte temporal de 2009 a 2013, descritores “ensino”, “ética” e “enfermagem”, escritos em idioma português e disponíveis na íntegra. Foram encontrados 40 artigos, sendo apenas 13 enquadrados nos critérios. Os autores destacaram a ética como uma disciplina fundamental no processo de formação do enfermeiro e enfatizaram que as instituições devem ter o papel de apresentar aos estudantes valores além dos conhecimentos básicos. O aumento da sensibilidade ética está relacionado ao tempo de exposição do aluno aos conteúdos de ética. Além disso, os discentes tratam os docentes como exemplos de conduta, sendo imprescindível aos que lecionam a disciplina Bioética obter embasamento teórico e filosófico, bem como conhecimentos específicos da profissão. Os artigos assinalaram que ocorreu um aumento no número de obras publicadas sobre o tema em razão da criação da Resolução n.º 196/96, porém seu ensino ainda tem se caracterizado por uma visão deontológica, restrito a um conjunto de normas e códigos trabalhados de maneira abstrata, identificados em ementas do curso de graduação. A prática mais humanizada pode levar a uma reflexão sobre a ética enquanto campo do cuidado estando assim mais relacionada ao exercício profissional. Deve-se observar que a conduta ética é base para qualquer docente, pois é papel do educador contribuir para a formação moral e ética dos estudantes. Percebeu-se que o ensino da ética está mais relacionado à parte teórica e que os alunos não estão sendo estimulados a obter um pensamento crítico. Faz-se necessário que o ensino de bioética abandone o modelo tradicional, em que o conhecimento está centralizado no docente, o que faz com que os discentes nem sempre sejam estimulados a refletir, adequando esse ensino às novas demandas de formação profissional no Brasil.