O apoio matricial configura-se como uma das possibilidades de articulação do cuidado em saúde mental pela Estratégia Saúde da Família, pois oferece suporte técnico-pedagógico e retaguarda especializada à equipe de referência, possibilitando que os sujeitos sejam cuidados na dinâmica do seu próprio território, onde as relações de afeto, cooperação e produção de saúde mental se intensificam. Objetivou-se compreender as ações de saúde mental na atenção primária por meio do arranjo matricial. Estudo de revisão bibliográfica, com abordagem qualitativa, realizado no mês de abril de 2013, através da consulta de artigos indexados nas bases de dados SCIELO e LILACS. Utilizou-se os descritores: saúde mental, atenção primária à saúde e assistência à saúde. Como critérios de inclusão: trabalhos que abordassem a saúde mental na atenção básica, disponíveis na íntegra, periódicos como veículos de publicação com limite de tempo entre 2010-2012; idioma de publicação em português. Foram encontradas 72 publicações, das quais se avaliaram seletivamente seus objetivos, onde se identificaram 22 artigos que obedeciam aos critérios de inclusão para esta pesquisa. Percebe-se que há uma grande demanda por cuidados em saúde mental no âmbito da estratégia de saúde da família, entretanto não havendo preparação e clareza das equipes para acolher e acompanhar de forma organizada os usuários na Atenção Primária, isso pode representar um obstáculo ao estabelecimento de uma rede de atenção em Saúde Mental. Para alguns profissionais o apoio matricial é interpretado como um trabalho a mais, cujo efeito é produzir sobrecarga na dinâmica de trabalho. Evidenciou-se em alguns estudos que falta recursos e investimentos que viabilize a construção de um espaço ampliado de cuidado de saúde mental na atenção primária à saúde. Assim, chamando a atenção para a pouca vontade política dos gestores, caracterizada pela falta de serviços ou de profissionais de apoio às equipes de referência. Conclui-se que o matriciamento, apesar das dificuldades, é uma importante ferramenta de reorganização do fluxo da atenção à saúde mental às pessoas em sofrimento psíquico, apontando-se também que há necessidade de novos estudos acerca desta temática.