Processo de Enfermagem (PE) pode ser definido como um instrumento assistencial do processo de trabalho do enfermeiro de que se lança mão para favorecer, organizar as condições necessárias à realização do cuidado e para documentar a prática profissional. Com isso, percebe-se a responsabilidade que as instituições de saúde e de ensino têm na propagação e aceitação do PE como forma de cuidar, evidenciando que este deve ser realizado de forma sistemática. Este estudo objetivou compreender o PE sob a óptica dos enfermeiros, bem como as dificuldades para implementá-lo na vida profissional. Trata-se de um estudo qualitativo, seguindo a trajetória fenomenológica. Os sujeitos constituíram de quatorze enfermeiros que atuam na profissão em um Hospital Universitário no município de Alfenas-MG. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unifenas (45/2010). As entrevistas foram gravadas com a permissão dos participantes, solicitando-lhes a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. As questões norteadoras utilizadas foram: “Como é para você o PE? Quais as dificuldades para implementá-lo na sua vida profissional?”. Após as entrevistas, os discursos foram transcritos na íntegra, com posteriores leituras sucessivas. Para análise dos dados foi utilizado o proposto por Bardin, por meio da análise de conteúdo. Em seguida foram extraídas as seguintes Unidades de Significado: “Contribuições do PE” e “Limitações para a implementação do PE no cotidiano profissional”. Observou-se pelos resultados apresentados que, com a aplicação do PE, o enfermeiro coloca em prática sua autonomia. Consequentemente, é respeitado pela equipe multiprofissional e também direciona suas tarefas diárias para o bem-estar dos clientes, contribuindo para uma assistência holística e qualificada. Porém, existem fatores/limitações que dificultam a implementação desse processo na prática profissional, como a falta de conhecimento sobre o mesmo por parte dos enfermeiros, a ausência de serviços de educação permanente nas instituições de saúde, a falta de pessoal, a escassez de tempo, a falta de instrumentos e materiais adequados para o registro do processo e a não adesão dos profissionais de enfermagem. Por conseguinte, o Processo de Enfermagem é imprescindível para orientar a assistência de enfermagem, onde o profissional que o utiliza como instrumento norteador será capaz de aprimorar habilidades cognitivas e psicomotoras para associar teoria e prática.