A hanseníase é uma doença bacteriana que afeta a pele e os nervos, podendo causar a perda da sensibilidade, fraqueza muscular e paralisia. Atualmente ela é tratada de modo eficaz, com a poliquimioterapia (PQT). Entretanto, alguns pacientes desenvolvem complicações chamadas de reações, as quais requerem tratamento adicional. As reações são períodos de uma resposta inflamatória aguda causada pelo sistema imunológico do hospedeiro que pode afetar os nervos. É caracterizada pela presença de edema, calor, rubor, dor nódulos e perda da função. Todos os pacientes com hanseníase podem desenvolver reações, entretanto é mais comum nos multibacilares (MB). Desta forma desenvolvemos este trabalho com o objetivo de identificar a incidência de casos novos diagnosticados no Centro de Referência de Hanseníase do Estado de Sergipe, no ano de 2011 que desenvolveram reação hansênica antes do sexto mês de tratamento. Utilizamos como variáveis a classificação operacional, os tipos de reações, e o período de início da reação. Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo e o método utilizado foi a pesquisa documental com análise quantitativa. Analisamos todos os casos notificados no serviço, no referido ano e identificamos um percentual de 88,7% (102) de casos novos. Destes 53,9% (55) são multibacilares, 46,1% (47) são paucibacilares, 30,4% (31) desenvolveram reação do tipo I, 4,9% (5) reação do tipo II e 64,7% (66) não desenvolveram reação. Salientamos que 36,1% (13) dos casos já iniciaram o tratamento apresentando algum tipo de reação. Através dos dados encontrados concluímos que, apesar da hanseníase estar em processo de erradicação, ainda temos um índice elevado (35,3%) de pacientes desenvolvendo reações, fato que destaca a necessidade da implementação das ações primárias no controle e diagnóstico precoce da doença.