Vários autores reconhecem a importância dos estágios na formação profissional e pessoal dos profissionais de Enfermagem para o desenvolvimento de atitudes, comportamentos e habilidades, além da interação com a equipe multiprofissional de saúde, familiares e pacientes e, principalmente, para a possibilidade de analisar crítica e reflexivamente as interfaces do conhecimento teórico e prático. Durante o estágio do curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), tivemos a oportunidade de comparecer ao setor de Infectologia no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Sobral – CE, objetivando adotar medidas e intervenções que melhorassem a condição de internação desses pacientes. Através do diário de campo, pudemos observar, compartilhar e acumular materiais para analisar as práticas. Durante a vivência, acompanhamos uma paciente com 14 anos de idade, que estava internada na unidade de infectologia. Foi admitida no hospital manifestando alguns sintomas como: febre, tontura e vômitos. Também se queixava da visão embaçada. Após realização de exames, foi detectado um tipo fungo na coluna vertebral, localizado próximo as meninges. A paciente encontrava-se no leito, sonolenta, apresentava dificuldade em falar, foi colaborativa durante a realização do exame físico. A adolescente já apresentava algumas perdas, como a visual, de início apresentando diplopia, evoluindo dias depois para a perda da visão dos dois olhos. Além da redução da força motora dos membros inferiores, sendo comprovado por relatos da paciente sobre a dificuldade em locomover-se do leito ao banheiro. Ouvimos relatos sobre a falta que a garota sentia da escola, dos amigos e dos familiares, e principalmente o medo de ter perdido definitivamente a visão e/ou não ficar recuperada completamente da doença. De acordo com os relatos, utilizávamos jogos educativos e documentários transmitidos através da TV para que a adolescente ficasse mais próxima da escola. Criamos um mural com recados feitos pelos amigos com mensagem de fé e esperança para a recuperação da doença. A vivência do estágio foi benéfica, pois é mais uma etapa no processo de aprendizagem, em que colocamos em prática a nossa capacitação feita em sala de aula. Podendo enfrentar situações da vida profissional, com dificuldades que surgem como: risco de contrair infecções, lidar com a emoção da história de uma paciente e tentar driblar a situação passando força e confiança.