Compreende-se violência contra a mulher qualquer conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher. Tornou-se um grave problema de saúde pública e uma das principais causas de morbimortalidade. Os serviços e profissionais de saúde vêm obtendo um papel importante no enfrentamento da violência por representarem uma forma de auxílio para a vítima, porém, as dificuldades se fazem presente no seu cotidiano de trabalho. O estudo tem como objetivos, descrever e analisar as dificuldades dos enfermeiros no atendimento à mulher vítima de violência. Trata-se de um recorte de um estudo exploratório, descritivo, de abordagem qualitativa que foi realizado sobre o Conhecimento e Atuação do Enfermeiro no Atendimento à Mulher vítima de Violência. A pesquisa foi realizada em equipes saúde da família de Teresina-PI. Participaram da pesquisa nove enfermeiros. As entrevistas foram gravadas e realizadas através de um roteiro de entrevista semi-estruturada. As falas foram transcritas e utilizou-se para a análise e discussão dos dados coletados a Análise Temática. O estudo seguiu os princípios éticos do Conselho Nacional de Saúde. Foi obtida autorização pelo CEP da Faculdade Integral Diferencial para realização do estudo. A atuação dos enfermeiros no atendimento à mulher vítima de violência é realizada ainda de forma incipiente, fato baseado em algumas dificuldades encontradas por eles ao se depararem com a mulher vitimizada. Os relatos mostram que as principais dificuldades achadas pelos profissionais são aquelas que dizem respeito ao serviço de saúde e a falta capacitação profissional. Essa falta de estrutura e capacitação profissional acaba gerando outra dificuldade para os enfermeiros: o medo. O medo que os profissionais de saúde transmitem, é o mesmo que envolve as mulheres agredidas, que é a violência e dominação masculina. Apesar dos enfermeiros obterem uma visão ampla no que diz respeito ao que seja a violência contra a mulher, sua atuação é repleta de dificuldades. A falta de capacitação, a falta de estrutura do serviço de saúde, que não possui suporte, capacitação nem segurança para combater essa problemática e o medo de se envolver mostram a necessidade de uma melhor estrutura, integração de rede e uma formação que prepare o profissional e que possa suprir as necessidades de atenção à saúde das vítimas.