A morte ainda é um grande mistério que amedronta os seres humanos, principalmente aqueles que lidam com esse processo no cotidiano da profissão, onde é vista como tabu e sinônimo de fracasso. Partindo do pressuposto de que os profissionais de enfermagem estão diretamente envolvidos com esse processo, traçamos como objetivos do estudo conhecer os sentimentos expressos pelos profissionais ao cuidarem de pacientes em processo de morte/morrer, além de entender de que forma essas situações afetam a sua vida pessoal, repercutindo em seu cotidiano. Também procuramos compreender as diferentes formas de enfrentamento adotadas por esses profissionais diante de tal processo. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa. Os sujeitos foram enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva do Hospital São Marcos e que presenciaram o processo de morte de pacientes aos quais prestaram assistência. Os dados foram coletados mediante entrevista semi-estruturada e organizados em quatro categorias: sentindo a perda, estabelecendo vínculos, acostumando-se com a morte e buscando apoio para enfrentar a morte. Os resultados indicam que os profissionais estabelecem vínculos e sofrem com as perdas; procuram acostumar-se com a morte, evitando envolvimento pessoal e buscam na religião suporte para enfrentar o processo. Concluímos que os profissionais de enfermagem necessitam de preparo educacional e apoio emocional para lidarem com a morte de forma mais harmoniosa e equilibrada, a fim de atenderem as reais necessidades dos pacientes que estão nos momentos finais da vida.