Nos últimos anos ocorreu aumento crescente nos casos de mulheres infectadas por HIV gerando consequentemente aumento do número de crianças infectadas por transmissão vertical. Devido a isto são adotadas ações preventivas contra a transmissão vertical como a não recomendação do aleitamento materno, que levam as puérperas a sentimentos de medo, tristeza, dor, angústia e culpa, pois além de serem portadoras e transmissoras do vírus, ainda se deparam com a impossibilidade de amamentar. A amamentação é entendida por muitas mulheres como prática essencial do ser mãe, construída social e culturalmente ao longo dos tempos. Objetivou-se analisar os estudos brasileiros nos últimos cincos anos sobre os sentimentos que perpassam em mães soropositivas diante da prática de não amamentar. O processo metodológico constitui-se de uma revisão de literatura baseada em um estudo descritivo e exploratório através do levantamento das produções científicas na base de dados BIREME. Foram coletados artigos publicados no período de 2006 a 2011, utilizando os descritores: aleitamento materno e mulher, sentimentos e aleitamento materno, aleitamento materno e HIV. O estudo ocorreu em quatro fases: identificação do tema e seleção da seguinte questão norteadora: quais os sentimentos vivenciados por mães infectadas pelo HIV frente a não amamentação; estabelecimento de critérios de inclusão/exclusão na amostragem da busca; categorização dos estudos selecionados e síntese do conhecimento. Os dados foram organizados e submetidos através da técnica de análise de conteúdo temático proposto por Bardin(1979). Foram selecionados 13 artigos que estavam inseridos nos critérios proposto pela pesquisa, que consiste em periódicos nacionais, com texto na íntegra, publicado nos últimos seis anos e escrito em português. Na análise dos resultados observou-se que sentimentos de medo, tristeza, dor, angústia e culpa, perpassam em mães diante da não amamentação. Além disso, percebeu-se que muitas puérperas têm receio da revelação do diagnóstico da AIDS no âmbito social e familiar o que aumenta o estado de emoções destas. Os estudos relatam a importância do pré-natal no acompanhamento da gestante para a promoção de sua saúde e do bebê e o valor da enfermagem na efetivação do cuidado humanizado. Conclui-se que é necessário compreender a subjetividade das mães soropositivas, buscando auxiliá-las no enfrentamento dos obstáculos vivenciados. Sabe-se que as mães simbolizam a amamentação.