A palavra aborto deriva do latim, sendo ab, privação, e ortus, nascimento, ou seja, privação de nascimento. Existem dois tipos de aborto: o espontâneo, que se caracteriza por acontecer de modo natural, e o provocado ou induzido, que acontece pela intervenção do homem. Legalmente, aborto é a interrupção da gravidez com o intuito de morte do concepto. Do ponto de vista moral, aborto é considerado como a interrupção da gravidez de modo fatal para o feto. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo descrever a experiência de acadêmicos de enfermagem na construção de um seminário sobre “nascer ou não com problemas congênitos”. Trata-se de um relato de experiência, no qual são descritos os passos seguidos para elaboração de uma atividade desenvolvida na disciplina de Ética e bioética, do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Durante a construção do seminário foi possível perceber, com base na literatura científica, que o tema aborto não só é de grande importância, como também gerador de polêmica, uma vez que a opinião das pessoas varia bastante, como também dos especialistas sobre o assunto. Para promover o debate, o grupo organizou uma apresentação em slides, trazendo os principais conceitos acerca do tema encontrados a partir de consulta a livros e artigos da área. Também foi apresentado um vídeo obtido no site:http://www.youtube.com/watch?v=q98oHkzSa6U, o qual exibe o caso de uma família que teve um bebê com anencefalia, mostrando que esta situação pode ser compatível com a vida, mesmo que por pouco tempo. Por outro lado, também foi encontrado na literatura que alguns problemas congênitos, de fato, não são “compatíveis” com a vida. Após a exposição dialogada e apresentação do vídeo, foi iniciado o debate com a turma, a partir de questionamentos elaborados pelo grupo responsável pela atividade. Com a realização desta atividade, foi possível perceber que aborto em caso de problemas congênitos configura-se como um tema relevante, e que sua reflexão é essencial na formação do enfermeiro. O processo de construção dessa atividade permitiu ao grupo a reflexão crítica do tema, como também a oportunidade para todos os envolvidos -discentes e docentes- de discutir sobre a realização ou não do aborto nas situações em que exista problemas congênitos. Por fim, conclui-se também que debates problematizadores – ao invés de polêmicos – favorecem a aprendizagem por despertar o pensamento crítico no futuro profissional.