A eficácia das estratégias de puericultura depende da atuação de diversos profissionais com qualificação adequada, dentre estes, destaca-se o Agente Comunitário de Saúde (ACS), facilitador da comunicação entre a equipe multiprofissional e a população, tratando-se do objeto de estudo desta pesquisa. O ACS, além de promover a comunicação equipe-comunidade, atua na educação e acompanhamento da população. Portanto, optou-se por desenvolver um estudo com o objetivo de apresentar a percepção dos ACS sobre a consulta de puericultura. Para tanto, utilizou-se de uma metologia com abordagem qualitativa, submetida a métodos de análise descritivos. O estudo foi realizado em dois Centros de Saúde da Família (CSF) de Fortaleza, com 20 ACS. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semi-estruturadas e analisadas pelo método de Categorização descrito por Minayo. Mediante organização dos dados surgiram as seguintes categorias empíricas: A puericultura como estratégia de acompanhamento da saúde/desenvolvimento da criança; O ACS como instrumento de elo entre a comunidade e a equipe de saúde da família; O ACS como educador/orientador; e, O ACS no acompanhamento e verificação de dados da criança. Pode-se identificar que a percepção dos ACS sobre a puericultura envolve o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, com ênfase a avaliação motora. Contudo, observou-se que os mesmos não abordaram o acompanhamento de outras característica do desenvolvimento infantil, tais como os aspectos físico, psicológico e social, além da orientação e identificação de riscos e calendário de imunizações. Em relação a sua atuação em puericultura, os profissionais relataram que têm como atividades o acompanhamento e a orientação das famílias, bem como a avaliação do cartão da criança para identificação e intervenção de agravos à saúde. De um modo geral, pode-se deduzir que são cabíveis palestras ou cursos de capacitação em puericultura para toda a equipe de saúde, principalmente para os ACS, a fim de aumentar o potencial de promoção da saúde e prevenção de agravos no contexto da Estratégia de Saúde da Família, considerando a vulnerabilidade da população alvo da puericultura.