INTRODUÇÃO: A ética interpreta e discute valores e princípios na tentativa de justificar condutas morais e conscientes adotadas pelo ser humano. É imprescindível que os profissionais de enfermagem detenham conhecimentos a respeito das normas regulamentadoras do exercício profissional. O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem traz no Art. 19, Seção I, que o enfermeiro deve: Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte. OBJETIVO: Relatar a experiência da dinâmica de grupo com os acadêmicos de enfermagem na disciplina Bioética, ética e legislação para Enfermagem, observando o comportamento dos alunos diante de reflexões éticas em relação à discrição e à privacidade. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência da dinâmica “O caso agenda/diário”, realizada com 9 acadêmicos escolhidos aleatoriamente do V bloco do curso Bacharelado em Enfermagem de uma instituição federal do Piauí, em maio de 2012. Previamente, os seis integrantes do grupo organizaram-se para a elaboração de uma agenda/diário com conteúdos pessoais. Em seguida, o suposto titular da agenda a deixou em fácil acesso a todos da sala e três curiosos (combinados) instigaram os demais alunos a olhar o conteúdo pessoal. Observou-se o comportamento de cada acadêmico. Após a revelação da dinâmica discutiu-se sobre privacidade e discrição na enfermagem. RESULTADOS: Os participantes foram classificados em 3 grupos: aqueles que olharam a agenda sem o menor receio (5 pessoas), aqueles que inicialmente hesitaram em ver a agenda e posteriormente cederam a curiosidade (3 pessoas) e um ultimo grupo composto de apenas um participante que manteve-se firme aos seus valores e não desejou ver a agenda. Por questões éticas omitiu-se os nomes dos discentes. Diante da rede de comentários tecidos sobre condutas éticas, os alunos perceberam quão importante é o respeito à privacidade e a discrição no âmbito pessoal e profissional. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nota-se que a ética, devendo ser inerente a todo ser e praticada em qualquer situação, foi exercida por apenas um acadêmico (aquele que recusou-se a ler a agenda). A privacidade é uma necessidade e um direito do ser humano, indispensável para a manutenção da dignidade, portanto torna-se proibido a disseminação de informações atinentes aos cuidados do paciente, exceto em casos que a quebra de sigilo seja em prol de benefícios à saúde do cliente.