Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
OCORRÊNCIA DE GÊMEOS UNIDOS NO BRASIL
Relatoria:
JENS GEORG NETO
Autores:
- Cynara Cristhina Aragão Pereira
- Ana Maria de Araújo Dias
Modalidade:
Pôster
Área:
Determinantes de vida e trabalho
Tipo:
Pesquisa
Resumo:
Nas últimas décadas, os avanços tecnológicos na medicina reprodutiva estão associados ao aumento no número de gravidezes múltiplas, bem como às complicações conexas a esse evento, entre elas a ocorrência de malformações fe¬tais. Entre as anormalidades na formação dos fetos, a de maior gravidade é o desenvolvimento de gêmeos unidos ou conjugados. Esta pesquisa objetivou registrar e caracterizar os gêmeos unidos nascidos no Brasil, por meio de revisão. Trata-se de um estudo bibliográfico descritivo. A pesquisa foi realizada no banco de dados Biblioteca Virtual em Saúde, sendo adotados como critério de inclusão: artigos que abordem o tema, descritores “gêmeos”, “gêmeos unidos” e “Brasil”, estar escrito em idioma português e disponíveis na íntegra. Foram encontrados 72 resumos com o descritor “gêmeos”, mas apenas 13 com “gêmeos unidos” e somente cinco estavam disponíveis na íntegra; onde um era sobre descrição anestésica e outro, no âmbito jurídico. Os artigos selecionados foram três; publicados entre 2006 e 2011; sendo um relato de caso e dois, originais. Das gestações gemelares unidas, a maioria é composta de duplo feto. A idade materna média foi de 27 anos, sendo a maioria gestante nulípara e as gestações haviam sido espontaneamente concebidas. Quanto ao gênero, a grande maioria foi classificada como feminino, em menor escala masculino e uma pequena parcela como indeterminado, devido à conjugação das pelves. Quanto aos órgãos compartilhados, a ordem decrescente de ocorrência é do tipo toracópagos, toraco-onfalópagos, parápagos, onfalópagos, onfalo-isquiópagos, onfalo-raquípagos, isquiópagos, cefalópagos, sincéfalos, dicéfalos e xifo-onfalópago. A idade gestacional média no parto foi de 35 semanas. Todos os casos publicados nasceram por ce¬sariana, após iniciado espontaneamente trabalho de parto. Na maioria dos casos a gestação evoluiu com nascidos vivos. O peso médio no nascimento dos gêmeos unidos foi de 3.590 g (2.000–5.440 g). Óbito após o nascimento ocorreu na grande maioria das crianças, especificamente, óbito neonatal precoce. Dos nascidos vivos sobreviventes, a sobrevida foi, em média, de 8%. Quanto ao prognóstico de sobrevida e a possibilidade de separação cirúrgica dos gêmeos, a maioria classificou-se como letal e, a minoria, com possibilidade de separação cirúrgica. A revisão demons¬trou que existem alguns relatos de caso e raras publicações, situação que dificulta a compreensão de qual atitude tomar frente ao fenômeno.