Do ponto de vista epidemiológico, estudos revelam que a infecção genital, ocasionada pelo papilomavírus humano (HPV), é um problema de importância crescente, devido a sua elevada frequência, associação ao câncer e implicações clinicas e pessoais. O objetivo foi caracterizar o perfil dos homens acometidos pelo HPV atendidos no ambulatório de Doença Sexualmente Transmissível (DST) masculino de um instituto de referência no tratamento e prevenção do câncer do município de Fortaleza. Trata-se de um estudo desenvolvido na abordagem quantitativa. Dessa forma foram entrevistados homens que compareceram ao serviço no mês de agosto e setembro de 2011. Observamos que a idade média dos pesquisados foi de 34 anos. Com relação ao grau de instrução, evidenciou que a maioria dos entrevistados tinha de 8 a 11 anos de estudos com 59%. Quanto ao Estado Civil observou que a maioria dos pesquisados era solteiros com 64%. Considerando a variável renda familiar observou-se que 66% dos pesquisados relataram ter renda entre 2 a 5 salários mínimos. Com relação à opção sexual dos entrevistados verificamos que a maioria era heterossexual com 88%, seguido da opção homossexual com 9% e bissexual com 3%. A média de idade do início da atividade sexual entre os sujeitos entrevistados foi de 15,7 anos. Quanto ao número de parceiros (as) na vida dos pesquisados observamos que a média foi de 17, com números de parceiros (as) variando entre 3 e 60 até o momento da coleta. O uso de preservativo em todas as relações sexuais foi referido por 49,2% dos entrevistados, seguido do uso irregular com 37%. Quanto ao acometimento anterior com alguma DST observou-se que a maioria não tinha tido DST anterior (72,9%). Apenas 14% relataram ser tabagistas. A descoberta da lesão posteriormente diagnosticada como infecção pelo HPV deu-se, principalmente, durante o banho (34%). Quanto ao sentimento apresentado pelos entrevistados ao descobrirem o HPV observou-se que a maioria relatou indiferença na descoberta com 36%. Quanto ao tratamento realizado pelos entrevistados a maioria utilizou o Ácido Tricloroacético a 80% (89,3%). Ao ser indagado sobre o compartilhamento do diagnóstico com terceiros observou-se que 83% dos entrevistados compartilharam o problema. As doenças que afetam o sexo masculino são um problema de saúde publica de grande magnitude, em 2008 foi lançada a Política Nacional de Saúde do Homem, que tem por objetivo facilitar e ampliar o acesso da população masculina aos serviços de saúde.