As práticas populares de cuidados surgem a partir da necessidade de resolução dos problemas cotidianos da população e esses cuidados aplicados à gestante, à puérpera e ao Recém-nascido exigem do profissional a compreensão de que essas crenças estão vinculadas à cultura, à situação econômica, bem como, aos saberes de cada sociedade. Assim, este estudo teve como objetivo analisar a percepção das gestantes quanto às práticas populares de cuidados com a gravidez, o pós-parto e o recém-nascido em uma unidade básica de saúde de Petrolina-PE. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, do tipo exploratória e descritiva. O estudo foi realizado no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) Mandacarú, com 12 grávidas. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada e a análise foi baseada na técnica de análise de conteúdo de Bardin, a partir de quatro categorias temáticas: Sentidos e valores atribuídos às práticas populares; Cuidados populares mais comuns na saúde materno-infantil e a empregabilidade dos mesmos; Entre as práticas populares e o saber científico; Influências sociais na difusão das crendices populares. As gestantes relataram que a motivação para o uso das crendices populares foi o fato de serem experiências repassadas pelas pessoas mais velhas da família e que obtiveram sucesso quando aplicados em seus filhos primogênitos. Porém, as gestantes entrevistadas tem a consciência de que o cuidado popular não deve ser a única fonte de informação e cuidados, mas que deve estar aliado ao conhecimento científico. Acontece, que em muitas situações, não tendo acesso as instituições de saúde, as mulheres optam pelos cuidados populares. Este estudo conclui que as práticas populares de cuidados não se denotam como algo ruim para a saúde das mulheres. Tal experiência confere as mesmas experiências que muitas vezes são úteis para a saúde, desde que elas procurem os serviços de saúde para receberem orientações quanto ao uso. Além disso, o profissional de saúde assumir posturas favoráveis ao uso de práticas populares, não significa que irá incentivá-las por completo, mas aliá-las aos princípios científicos para um uso mais racional e consciente, não permitindo que a comunidade esteja exposta a riscos desnecessários.