Anais - 15º CBCENF
Resumo
Título:
VIVÊNCIA DE ENFERMEIRA NO CUIDADO A UMA PACIENTE COM HIV NA FASE DE REVOLTA
Relatoria:
MARIA ANDRÉA FERNANDES
Autores:
- Glenda Agra
- Indiara Carvalho dos Santos Platel
- Mônica Ferreira de Vasconcelos
- Ana Aline Lacet Zaccara
Modalidade:
Comunicação coordenada
Área:
Vulnerabilidade social
Tipo:
Relato de experiência
Resumo:
INTRODUÇÃO: Observa-se que, em relação a um diagnóstico de HIV, as pacientes tendem a demorar mais a aceitar a realidade do que em relação a outras doenças, já que a contaminação está permeada por rígidas construções sociais quanto ao que significa uma pessoa ter o vírus da Aids, ou seja, elas deparam-se com a vergonha, a humilhação e a discriminação relativas aos outros e a si mesmas, e são colocadas cara a cara, principalmente, com sua vulnerabilidade frente a suas atitudes sexuais, tema tão cheio de tabus em nossa contemporaneidade. Geralmente, quando a negação não sustenta mais a realidade do paciente e ele começa a aceitar a novidade do diagnóstico, surge a pergunta: “Por que eu?” Segundo Kübler Ross, a reação mais freqüente à falta de respostas para esse questionamento é a raiva, segundo estágio do processo de aceitação da doença. Revolta, irritação, inveja e ressentimento são manifestações muito comuns, e são direcionadas para os mais distintos objetos (família, profissionais de saúde, amigos). OBJETIVO: Nesse contexto, esse trabalho tem como objetivo descrever a experiência de uma enfermeira no cuidado a uma paciente na fase de revolta da doença. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência, vivenciado por uma enfermeira no cuidado paliativo a uma paciente frente à fase de revolta da doença, admitida em um hospital público que atende pacientes com doenças infecciosas. RESULTADOS: Em conversa informal com a enfermeira, revela ter se relacionado com múltiplos parceiros, sem proteção, com o intuito de disseminar a doença, pois mencionava a raiva de está com a doença “sozinha”. Outro fato perturbador verbalizado pela paciente foi que mencionou que era manicure e que utilizava seus materiais pérfuro-cortantes (ela se cortava) momentos antes de iniciar o atendimento ao público, para que as clientes soroconvertessem. A enfermeira solicitou o serviço de psicologia para aconselhamento, no intuito de fazê-la entender sobre o processo pelo qual estava passando e erradicar tal comportamento. CONCLUSÃO: O impacto da Aids na subjetividade é um dos desafios da clínica contemporânea.Nesse caso é possível se perceber a fase de revolta pela qual passava a paciente, quando da tentativa incansável de transmitir a doença a outras pessoas. E isso mostra o quão é imprescindível apoio e orientação quanto ao posicionamento frente à patologia.