INTRODUÇÃO: Segundo a Organização Mundial da Saúde, a dependência química é atualmente um dos maiores problemas de saúde pública, seja em países desenvolvidos ou subdesenvolvidos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas, independentemente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo. OBJETIVO: Descrever a experiência de enfermeiros na aplicação do Processo de Enfermagem a paciente dependente química. METODOLOGIA: O estudo ocorreu em uma enfermaria para desintoxicação química do Hospital Santa Casa de Misericórdia, durante o mês de janeiro de 2012. A coleta de dados ocorreu mediante entrevista semiestruturada baseada em um formulário. RESULTDOS: ASP, 40 anos, sexo feminino, não tem religião, 2 filhos, foi casada durante 19 anos, separada há 4 anos. Aos 7 anos foi abusada sexualmente pelo irmão. Iniciou a prostituição na fase adulta, onde conheceu o marido, com quem se casou aos 20 anos. Iniciou o uso de drogas aos 15 anos, tendo como droga inicial a maconha. Em seguida iniciou o uso de cocaína haxixe, aranha, ripinol e crack. A paciente é acompanhada por uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e psicólogo. Diagnósticos de enfermagem: Percepção sensorial perturbada (visual e auditiva), caracterizado por distorções auditivas e distorções visuais, relacionado à percepção alterada. Controle ineficaz do regime terapêutico, caracterizado por escolhas da vida diária ineficazes para atingir os objetivos de um programa de tratamento ou de prevenção relacionado a déficit de suporte social, conflito familiar e dificuldades econômicas. Processos familiares interrompidos, caracterizado por mudanças em expressões de conflito entre a família, relacionado à crise de situação. Intervenções: informar o paciente sobre a determinada medicação, mensurar sinais vitais, proporcionar conforto e bem estar ao paciente, dar apoio emocional ao paciente, estar atento à dieta, e a eliminações fisiológicas do mesmo, e se necessário auxiliá-lo. Conclusão: A dependência química ao mesmo tempo traz alivio, alegria diversão, poder, sedução, produz dor, sofrimento, desagregação, escraviza e mata. A equipe de enfermagem tem um papel fundamental no atendimento e acompanhamento do dependente químico, permitindo conhecer a dimensão do problema.