INTRODUÇÃO: Hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, de evolução lenta proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae (BRASIL, 2009) e que se manifesta por sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões de pele e de nervos periféricos (BRASIL, 2002). O comprometimento nervoso é a característica principal da doença, dando-lhe grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades. Daí a importância de avaliar a proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física, no momento do diagnóstico, pois este indicador dá suporte ao planejamento e à organização da rede de atenção para oferta das ações de prevenção de incapacidades e reabilitação (BRASIL, 2011). OBJETIVO: Avaliar a efetividade de atividades de detecção oportuna e precoce de hanseníase em um distrito sanitário em São Luís–MA. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, realizado a partir do banco de dados do projeto: “Análise dos aspectos clínicos, epidemiológicos e operacionais da hanseníase no Distrito Itaqui-Bacanga”. Para a avaliação foi utilizado um indicador de força de morbidade, magnitude e perfil epidemiológico, denominado Proporção de casos de hanseníase com grau 2 de incapacidade física no diagnóstico. RESULTADOS: No presente estudo, verificou-se que o percentual de casos com deformidades físicas grau 2 no início do tratamento foi 11,1%. De acordo com o padrão do Ministério da Saúde (menor que 5%), este resultado está acima do preconizado, sendo considerado “Alto”. Indicando diagnóstico tardio, uma vez que a procura da unidade de saúde aconteceu quando as incapacidades físicas já estavam instaladas, mostrando a falta de capacidade da rede de saúde pública municipal de promover ações educativas para prevenção de incapacidades junto às comunidades locais e também uma possível falha na capacitação dos profissionais quanto a realização de um diagnóstico adequado. CONCLUSÃO: A avaliação do grau de incapacidade física no diagnóstico é de suma importância e está associada à sensibilidade dos gerentes e profissionais de saúde de compreenderem sua importância para a prevenção de incapacidades e redução de possíveis danos decorrentes de complicações da hanseníase e introduzirem esses procedimentos na rotina dos serviços. Sendo importante o desenvolvimento de atividades voltadas para a busca ativa dos faltosos e comunicantes e o treinamento dos profissionais que atuam na área para a avaliação correta do grau de incapacidade física.