Introdução: As condições de trabalho dos enfermeiros nos hospitais há muito tempo tem sido consideradas inadequadas devido as especificidades do ambiente e das atividades insalubres executadas. A interação do trabalhador de enfermagem com elementos do processo de trabalho, os expõem a diferentes riscos. Atualmente, sabe-se que grande parte das agressões ao sistema músculo-esquelético em trabalhadores de enfermagem estão relacionados com fatores ergonômicos inadequados. Portanto a utilização da ergonomia têm sido difundida como uma estratégia importante para reduzir os problemas originados na organizaçao do trabalho. Teve-se por objeto de estudo a percepção dos enfermeiros residentes em saúde coletiva sobre a ergonomia Objetivo: Identificar os saberes dos enfermeiros residentes em saúde coletiva sobre a ergonomia e sua percepçao sobre a utilizaçao destes na melhoria do trabalho de enfermagem. Metodologia: Trata-se da análise de um um recorte da monografia de conclusão do curso de residência de enfermagem em saúde coletiva, com abordagem qualitativa de natureza descritiva, tendo por sujeitos os residentes de enfermagem em saúde coletiva, do primeiro ano de residência. A coleta de dados realizou-se no período de dezembro de 2011 à janeiro de 2012, por meio da técnica de entrevista semi-estruturada. Os dados foram organizados por meio de categorias temáticas, a partir da análise de conteúdo. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ètica sob o nº 075/11 Resultados: Dentre as categoria temáticas destacou-se: a ergonomia no saber dos enfermeiros residentes em saúde coletiva. Emergiram relatos referentes à ergonomia como ciência, processo de trabalho, condições de trabalho, adaptação do trabalho ao homem, conforto e segurança, ergologia e ergonomia cognitiva. Foi evidenciado que os enfermeiros embora conheçam alguns termos relativos à ergonomia, não conseguem articulá-los com a saúde do trabalhador de enfermagem, ou os abordam de forma errônea. Esta falta de interligação e/ou desconhecimento encontra-se diretamente ligada a falta dos conteúdos de Saúde do Trabalhador nos currículos de graduação e de pós-graduação, em especial Saúde Pública e Saúde Coletiva Conclusão: Torna-se necessário o aumento das discussões sobre o tema durante a graduação e pós-graduação em saúde coletiva e saúde pública, uma vez que os conhecimentos acerca da ergonomia são fundamentais para a compreensão do comportamento humano e a adaptação do trabalho as atividades cotidianas do homem.