INTRODUÇÃO: O câncer cérvico-uterino é um dos mais prevalentes e a causa de muitas mortes entre a população brasileira feminina. No entanto, ele pode ser identificado através da realização do Papanicolaou e se tratado precocemente, oferece grandes possibilidades de cura. OBJETIVO: Identificar a prevalência de NIC III em exames de prevenção do colo uterino e de citologia oncótica realizados em Fortaleza/CE entre os anos de 2008 a 2011. METODOLOGIA: Estudo do tipo quantitativo, obtido a partir dos dados disponíveis no DATASUS no ícone informações de saúde – produção e marcadores, relativos aos atendimentos das equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF), do município de Fortaleza/CE, realizados nos anos de 2008 a 2011. A análise e tabulação dos dados foram realizadas pelo Microsoft Office Excel. RESULTADOS: Foram realizados 44560 exames preventivos de colo uterino entre os anos de 2008 a 2011, sendo estes, 9017 em 2008; 8521 em 2009; 14666 em 2010 e 12356 em 2011, demonstrando um aumento gradual e expressivo na adesão das mulheres ao exame. O mês em que houve uma maior incidência de realização de prevenções entre todos os anos avaliados foi o de abril, com 4.484 prevenções realizadas. Dos exames preventivos realizados em 2008, 0,066% (6) tiveram alterações do tipo NIC III. Em 2009, a incidência destas alterações nos exames realizados, foi de 0,011% (1). Em 2010, 0,054% (8) dos exames detectaram alterações a nível de NIC III e em 2011, 0,08% (11) das mulheres receberam diagnóstico de NIC III. Tal aumento pode ser explicado devido a uma mudança no comportamento sexual da população em geral, bem como ao aumento na frequência de adesão por parte das mulheres ao exame de Papanicolaou. CONCLUSÃO: Consonante a outros estudos realizados, durante os anos analisados houve um aumento nas alterações por NIC III, que nos leva a crer dentre outros motivos a uma maior liberdade sexual e início precoce da atividade sexual. A realização do Papanicolaou constitui-se como a principal estratégia para detectar lesões precursoras do câncer e fazer o diagnóstico precoce da doença, e os profissionais de saúde, sobretudo o enfermeiro, tem de desempenhar seu papel, desenvolvendo uma rigorosa política de rastreamento, fornecendo informações, promovendo o autocuidado e mobilizando as mulheres para a realização periódica do exame preventivo.