A crescente incidência de doenças cardiovasculares na população idosa, que é ativa, longeva e busca qualidade de vida, e em mulheres, devido a mudanças nos hábitos de vida, exige que o enfermeiro tenha um papel ativo na identificação precoce e tratamento desses indivíduos. Logo, torna-se relevante analisar o risco cardiovascular nesse grupo específico de idosas. Para tanto, desenvolveu-se um estudo descritivo de novembro/11 a março/12 em um Centro Social Urbano em Fortaleza/CE. Referida instituição possui um grupo de idosos que se reúnem para realizar atividades sociais e recreativas. Foram entrevistadas as 42 mulheres que compareceram ao grupo no período determinado. Os dados foram coletados por fonte primária, com entrevista, para investigar dados sociodemográficos, situação de saúde-doença e história de saúde familiar e, avaliação de variáveis antropométricas, a saber: índice de massa corporal (IMC), circunferência abdominal (CA) e relação cintura quadril (RCQ). A análise dos dados se deu por estatística descritiva. O estudo foi avaliado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, sob protocolo nº: 113/11. Observou-se uma faixa etária predominante de 60 – 65 anos (42,5%); quanto ao estado civil, a maioria estava em união estável (37,5%) ou eram viúvas (32,5%); destacaram-se aquelas com ensino fundamental completo (45%), aposentadas (92,5%) e com renda de um salário mínimo (85%). 75% afirmaram não ser tabagistas; 40% não realizavam atividade física regularmente; 65% tinham diagnóstico de hipertensão arterial e 32,5% eram portadoras de diabetes mellitus. Em relação aos fatores de risco cardiovascular exclusivos do sexo feminino: 12,5% tiveram menarca precoce, 12,5% apresentaram menopausa tardia e 10% realizavam reposição hormonal. Quanto aos antecedentes familiares, 35% tinham pai e mãe com doenças cardiovasculares e mais de 60 anos de idade. A avaliação do IMC indicou que 35% apresentavam sobrepeso, 30% peso normal e 27,5% tinham obesidade I. Quanto ao risco cardiovascular, 65% apresentavam risco muito aumentado considerando o valor da CA e 47,5% risco alto quanto à RCQ. Conclui-se que a maioria das idosas, apresentou fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo esses, em sua maioria, passíveis de alteração. Essa constatação mostra a necessidade de o enfermeiro identificar precocemente o risco cardiovascular a que essas idosas estão submetidas para implementar ações de promoção da saúde.