Entre as doenças cardiovasculares, o acidente vascular cerebral (AVC) destaca-se como uma das mais prevalentes, sendo causa de déficits neurológicos importantes. Aproximadamente 20% dos pacientes acometidos por AVC sobrevivem apenas um mês após sua ocorrência, outros 50% que sobrevivem por mais tempo, apresentam considerável e permanente deficiência, necessitando de cuidados, e os demais 30% apresentam déficits neurológicos, adquirindo permanentemente certo grau de dependência. Para prestar uma assistência mais direcionada, é importante conhecer as características e necessidades do paciente, adequando as condutas à realidade encontrada. Desta forma, a proposta do estudo foi avaliar o paciente após AVC em tratamento domiciliar, investigando capacidade funcional, estado mental e análise antropométrica. Estudo transversal, realizado em Fortaleza/CE, de janeiro a abril/2010. Foram investigados 61 indivíduos, acompanhados pelo programa de assistência domiciliar de três hospitais terciários, mediante entrevista e aplicação de escalas (índice de Barthel, escala de Lawton e Mini Exame do Estado Mental). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará, sob o protocolo número 310/09 e, no desenvolvimento foram atendidos todos os princípios éticos da pesquisa com seres humanos, em consonância com a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Encontrou-se maioria do sexo feminino (59%), idoso, acamado, com baixa escolaridade, com história de outros eventos de AVC, elevado grau de dependência para as atividades básicas (73,8%) e instrumentais (80,3%) da vida diária, baixo nível cognitivo (95,1%). Também apresentavam traqueostomia, sondagem gástrica e vesical, dificuldades para ouvir, falar, mastigar, engolir e fazia uso diário de vários medicamentos. Nesse contexto, o atendimento domiciliar de enfermagem consolida-se como alternativa de assistência aos indivíduos após AVC no intuito de reduzir/ aliviar a sobrecarga de trabalho, situação comum na prática de cuidados continuados a pessoas com dependência. Dessa forma, espera-se incentivar o cuidador para a adoção de práticas preventivas na busca da promoção da saúde e da prevenção de agravos.