As divergências morais, que as pessoas manifestam sobre várias temáticas, tornou-se uma questão pública. A eutanásia e o aborto são exemplos de assuntos polêmicos presentes na atuação do enfermeiro e, para a prática no exercício profissional, é preciso levar em consideração esses aspectos para orientar na tomada de decisões. Objetivamos subsidiar a reflexão sobre a concepção de temas considerados polêmicos na prática da Enfermagem, e proporcionar o desenvolvimento da postura ética e do senso crítico dos discentes do curso. O trabalho consiste em um relato de experiência, dos discentes do 6º período, a partir de uma das atividades oferecidas pela disciplina Exercício da Enfermagem do curso de Graduação da Universidade Estadual da Paraíba. O estudo foi realizado em quatro momentos: mesas redondas sobre eutanásia, transplante de órgãos, aborto e medidas antinatalinas. Foram utilizados vídeos, músicas, reportagens e peças teatrais, além da convocação de autoridades religiosas e profissionais da área, pertencentes e não pertencentes à academia. Os alunos se dividiram por temas para exposição dos trabalhos, apresentados em períodos distintos. Foi percebida uma grande interação dos discentes que ao final realizaram uma crítica do mesmo, evocando o que foi debatido em sala e tomando uma posição acerca do assunto. Verificou-se que o tema Eutanásia obteve uma repercussão maior, devido às questões jurídicas envolvidas e a distorção de opinião de ser ou não ser contra essa prática. Em segundo, as questões legais do Transplante de órgãos também obtiveram grande discussão, no que diz respeito à posição dos familiares depois da morte do paciente e a postura do Enfermeiro diante da situação. Em relação aos temas Aborto e Medidas Antinatalinas, a maioria dos acadêmicos demonstrou a mesma opinião, ser contra a qualquer medida que possa provocar risco de vida ao paciente. Concluímos que é no âmbito das relações humanas que se dá a prática cotidiana da equipe de enfermagem e a formação do que denominamos de “sujeito ético”. Nessa condição, o homem reconhece os conflitos que representam o significado de estar no mundo e a resolução destes, lhe permitirá se autodeterminar. Evidenciamos que não nascemos éticos, mas que nos tornamos éticos no decorrer de nossas existências. E que através do vínculo que o enfermeiro estabelece com o cliente, lhe é conferido certo poder não institucional, mas instituído, ao qual lhe permite conduzir o paciente ao exercício de sua autonomia.